Jon Perr publica o site "perrspectives" e está tendo problemas em anúnciar no Google porque a empresa tem uma política de não permitir anúncios para sites que contenham "linguagem que advogue contra um indivíduo, grupo ou organização".
O que acontece, claro, é que o Google aceita o anúncio - dinheiro em caixa - e veicula. Se começam a haver reclamações alguém verifica o conteúdo do site promovido pelo anúncio e se for o caso o remove.
O problema é justamente o "se alguém reclamar". Porque não sabemos quantas reclamações contam, com que frequência, etc.
O Google tem o direito de não veícular um anúncio. Toda a mídia tem uma agenda e o Google não seria diferente. Eles não são um serviço público.
O que acho errado é o "dois pesos duas medidas" que o Jon Perr deixa claro - inclusive através de um e-mail trail - na sua longa reclamação sobre Censura. Se podem haver anúncios de pessoas com uma visão diferente da dele e que claramente infringem a regra do Google, os dele não deveriam ser removidos...
Para o Google seria muito mais fácil mudar a regra: nós não somos responsáveis pelo conteúdo de terceiros que sejam apontados por nosso serviço de busca ou nossos anúncios. Ponto final.
Mas na capital internacional do litígio, as empresas tendem a se super-proteger de todas as formas possíveis.
É isso que o artigo de Jon - muito bem escrito e embasado - deixa de perceber. Que a sociedade americana e a cultura do litígio pelo litígio é que levam empresas como o Google a tomar atitudes discutíveis.
Se eles veiculam o anúncio e não o removem face a grande pressão, correm o risco de um processo. E o custo de defender-se de todos os litígios - mesmo na certeza que não vão perder - é alto.
Um problema que o Google não vai poder resolver a não ser que se crie juresprudência protegendo a "independência" dos serviços de busca do conteúdo que eles apontam.
Improvável.
24 de junho de 2004
O problema de se curvar a qualquer brisa
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