29 de setembro de 2005

O momento da verdade...

Tudo isso que está acontecendo com os Republicanos ultimamente, é fruto do que eles próprios semearam.

O resultado catastrófico da FEMA no socorro à Nova Orleans, é só o mais visível resultado de um comportamento exagerado, mas comum a ambos os partidos e a governos em geral. Indicaram-se indíviduos bem relacionados politicamente para cargos em toda a administração - sem preocupação com qualificações. Michael Brown (ou "Brownie", como o presidente o chama) é só o exemplo máximo dessa rifa de cargos. Um exemplo que custou muito caro em vidas humanas.

Tom Delay sendo indiciado em crime eleitoral num estado onde é praticamente impossível cometer tal crime, é só outro exemplo do total desprezo pela Lei. A Lei para as camadas mais altas do Partido parecem só se aplicar aos outros, nunca a eles. O mesmo vale para a acusação de "Inside Trading" que paira sobre Bill Frist.

Karl Rove potencialmente sendo indiciado por revelar um agente da CIA é outro exemplo, muito pior porque foi uma vingancinha infantil com o objetivo de alertar outros potenciais "whistleblowers" de que discordar do regime teria um preço.

E estes "conservadores" (entre áspas porque são os primeiros conservadores que vejo investidos em aumentar de tal forma o deficit público e que gastam como se não houvesse amanhã em toda a oportunidade que tem) fizeram muito mais, e continuarão fazendo até que a imprensa e a população encontrem sua coluna vertebral e voltem a se colocar de pé e contra eles.

Mas durante todo o processo se postam a gritar "manobras partidárias" sobre toda e qualquer reclamação da imprensa, do público ou dos Democratas.

Os guardiões da moral estão nús e já estão estuprando a nação, que empobrece a olhos vistos, há quase 6 anos.

Mas vem aí eleições para o Senado e Câmara. Eu estou apostando que os Democratas (lembrem-se, apenas dois partidos efetivos, não há outra alternativa) vão capturar a maioria em ambas as casas.

E aí, quem sabe de 2006 a 2008 as coisas não começam a caminhar pelo menos de forma menos desavergonhada?

27 de setembro de 2005

Forte São João Baptista na Ilha de Berlenga Grande


Forte São João Baptista na Ilha de Berlenga Grande
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Não importa quanto tempo você passe em Portugal, nunca é suficiente. Portugal merece uma vida...

Minha avó, que foi tão moça para o Brasil (16 anos, uma menina), costuma dizer que não pode mais voltar; ela é Brasileira agora. Adotou e foi adotada e está feliz com a decisão. E diz isso com o sotaque tão lindo que eu sempre admirei e imitei com carinho.

Um país tão pequeno, conquistou o mundo! Essa sede Portuguesa da época de ouro que estudei com a alegria de um garoto que lia as aventuras de um herói de quadrinhos, tornou o Brasil possível.

E talvez essa minha sede pelo próximo destino, por viagens e mudanças constantes; seja herança dessa ligação tão forte que sempre senti com o país.

Saudades de Portugal.

As vezes, até mais do que do Brasil...

Olbrich Garden


Olbrich Garden
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Uma foto que tirei em Julho do Pavilhão Tailandês no Olbrich Garden aqui em Madison, WI.

Está no Flickr, junto com todas as minhas outras fotos.

Finalmente uma reação do mercado...

Massachusetts finalizou uma decisão de padronizar aplicações para o Desktop que suportem o formato OpenDocument.

Isso faz todo o sentido do mundo, porque estimula a competição mas mantém regras justas. De que adianta você optar pelo software A ou B se ele não pode ser lido por este ou aquele sistemas?

O padrão OpenDocument não é difícil de implementar, pelo contrário.

E vai, aos poucos, quebrar o monopólio da M$ onde ela ainda domina - aplicações Office.

Que os outros estados americanos e o Brasil tomem nota...

25 de setembro de 2005

GeoBloggers...

Ah, unindo todos os buzzwords num só site: Flickr, Google Maps e GPS!!!!

É amador, mas é interessante!

21 de setembro de 2005

Quem não tem o que falar, cala a boca...

Meu pai martelou isso na minha cabeça por anos quando eu era moleque: "Quem não tem o que falar, cala a boca!". Normalmente eu ouvia isso quando falava fora de hora ou simplesmente quando falava uma besteira maior que o iceberg do Titanic - fato nada incomum até hoje...

Mas eu, depois de quase 20 anos de profissão, estou finalmente aprendendo que mesmo quem tem o que falar devia calar a boca também.

É a tal história: as coisas caem na sua esfera de controle, sua esfera de influência ou fora das duas. Não tem o que fazer. O problema é identificar até onde vai a sua esfera de controle, onde termina a sua influência e onde começa "o resto". Principalmente se, como eu, você é um "control freak" (como dizer isso em português?).

Em todos os lugares porque passei, apontei problemas. Faz parte do meu treinamento profissional identificar problemas e corrigí-los. Só que, quando você começa a apontar problemas na sua esfera de influência - onde você depende de um terceiro para a correção - ou pior, completamente fora da sua esfera de influência; as pessoas começam a ficar incomodadas. Principalmente se, como eu, você é impaciente e pressiona, repete, pressiona, repete, pressiona, repete...

Veja, em nenhum momento eu apontei problemas com intenção outra que resolvê-los. Não há malicia nos comentários. Mas a interpretação de ações e atitudes é individual e absolutamente fora do controle de qualquer um que não o intérprete.

Resultado: reclamações.

E eu acho que as pessoas estão no seu direito em reclamar. Se uma atitude minha está criando um problema no ambiente de trabalho, é óbvio que eu não só não estou ajudando a resolver o problema original mas aumentando o número de problemas que tem de ser resolvidos! Não é de forma nenhuma minha intenção. Não quero ser um problema por reclamar que existem problemas...

Mas o fato é que eu não consigo lidar bem com a imobilidade ou a lentidão em atacar os problemas ao meu redor. Pior, as vezes existem razões que eu desconheço para essa imobilidade ou lentidão, mas eu continuo importunado pelo fato do problema não se resolver.

Como controlar a índole? Como aprender a levantar a lebre, garantir que a lebre foi devidamente documentada, e seguir no meu caminho sem ficar aborrecendo os outros ou me aborrecer porque as coisas não acontecem?

Compondo ao meu problema particular, vem o fato de eu ser um técnico e muitos dos problemas com os quais eu sou obrigado a conviver não terem natureza técnica mas administrativa ou gerencial...

Eu fico lívido quando uma pessoa paga para ser Gerente (mais do que eu, as vezes, o que faz muito pouco sentido para mim pessoalmente; mas isso é assunto pra outro post) toma uma decisão absolutamente errada ou, pior, não move uma palha para resolver as questões que se apresentam. Eu acabo tomando as rédeas da situação - quando é permitido - e resolvendo as coisas. O que, claro, só me traz mais problemas porque posso colocar a incompetência/inabilidade/preguiça deste ou daquele indivíduo em evidência se não tomar o devido cuidado de dar crédito a quem não merece.

Ou que tal quando você aponta um problema e uma solução possível e é removido do processo de resolução? De repente uma muralha se forma ao redor do problema e sabe-se lá que solução será implementada.

Como controlar o impulso de querer resolver tudo? Como controlar a boca e evitar bater na mesma tecla de novo e de novo e de novo, até que em certo momento o sarcasmo domina o discurso? Como controlar a sensação de ter sido "ignorado" quando a solução do problema não passa por você? E como evitar dizer "Eu não disse?" quando a merda bate no ventilador?

Eu sei que o problema sou eu. Já aconteceu em mais de uma empresa, com pequenas variações no resultado e na intensidade da minha revolta.

Além do que, mesmo que o injustiçado fosse eu (e não é o caso), eu só posso ter esperança em mudar a mim mesmo...

Isso eu aprendi há muito tempo!

Respostas?

PS. Junkie, não vale responder "drogas!". ;-)

11 de setembro de 2005

Será que as coisas mudam?

A prisão de Paulo Maluf e o trabalho do Ministério Público em casos como o da Daslu me dão certa esperança.

Não, eu não sou inocente. Sei que muitas vezes as coisas pareceram que iriam mudar no Brasil e voltamos a ver que os diabos mudam de nome, mudam de cor, mas não mudam de táticas.

Mas o que dizer? Prenderam um dos corruptos mais conhecidos do país. Da antiga. Descobriram - e ao que parece tem quilos e quilos de provas - que não só ele estava desviando dinheiro público, mas a família inteira está envolvida; assim como uma das maiores empreiteiras do país, a Mendes Junior, que deveria ser investigada e punida também (eu sugiro a suspensão de contratos públicos por um período superior a 5 anos e inelegibilidade para licitações por 10 anos).

O caso da Daslu também é notório. Finalmente a casta superior sofreu um revés. Finalmente, acontece alguma coisa neste país, para provar que a Lei é aplicável também aos ricos. Se os impostos são injustos, cabe ao empresariado usar de todos os meios legais para contestá-los - mas sonegação e subfaturamento não são solução. Nada que lesa o público é.

Ao mesmo tempo esse escândalo do governo e a performance da imprensa brasileira me enchem de orgulho. Os americanos, eu sei, adorariam uma imprensa atuante como a nossa. Não tem mais. Já há algum tempo a imprensa daqui é regida menos pelos seu dever de informar o público e buscar darwinisticamente o furo de reportagem, e mais pelo "paycheck" e pelo instinto de sobrevivência.

O Brasil, infelizmente, eu bem sei, tem uma tradição de vivenciar essas crises e retornar a normalidade da casta superior vivendo as custas da inferior. De continuar oprimindo os mais pobres ao negar a eles as oportunidades de se desenvolver para deixar de sê-lo. Um carnaval, uma copa do mundo, é tudo que é necessário para a memória do brasileiro se nublar. Temos o foco e a atenção de um peixe dourado com alzheimer terminal...

Não basta denunciarmos corruptos, não basta encarcerarmos os que lesam o patrimônio público e punirmos os corruptores. Temos de encontrar o caminho pra uma nação mais justa.

Não espero que os políticos de lugar nenhum decidam por essa nação mais justa. Cabe ao povo Brasileiro forçar as mãos dos seus representantes através de vigilância constante e escolhas acertadas nas urnas.

Acho que um bom começo é tomar um fosfozol (pros mais jovens, um remédio pra memória)...

2 de setembro de 2005

Quando se pensa que chegou-se ao fundo do poço...

... a Veja cavuca um pouco mais.

Nenhuma reclamação da minha parte. O papel da imprensa é esse mesmo: investigar e trazer a público o que é de interesse nacional.

E o que pode ser mais de interesse nacional do que apontar claramente os crápulas no poder e tentar garantir que os outros pensem um pouco e tenham medo de seguir o mesmo caminho?

Parece que o deplorável Severino, presidente da Câmara, está não só envolvido em pelo menos um escândalo de corrupção; mas trabalhando ativamente para melar as punições das CPIs.

Então, comprova-se, que não só fala como um ignorante e como um bandido, mas age como um verme.

Este é o homem que o Presidente da República acaba de condecorar com a Ordem do Rio Branco!!! E são criaturas como esta de que se cerca o Presidente da República - vide o Sr. Augusto Nardes, outro verme amigo de Severino, que o Presidente acaba de nomear Ministro do Tribunal de Contas da União; mesmo contra a recomendação do presidente do TCU em vista da condenação do indicado por crime eleitoral, peculato e concussão.

E agora Lula vai clamar o quê? Que não sabia da indole de Severino? Que seus assessores não fizeram o trabalho devido na avaliação de um candidato a Ministro do TCU?

Melhor assumir publicamente que não controla nada, que não preside nada.

E voltar a só reclamar de quem efetivamente está no poder.

Bravatas, como ele mesmo diz, ele faz bem.

E alto.

1 de setembro de 2005

Uma causa justa...

Assine você também a petição contra o Ministro Helio Costa e uma série de decisões que privilegiam indústrias e empresas não nacionais por nenhum bom motivo técnico.

Eu não concordo com todos os pontos da carta, mas concordo com alguns. Sou absolutamente favoravel a implementação de software livre aonde quer que seja tecnicamente viável (consideradas aí as questões de suporte e manutenção), principalmente no ambito do governo. É dinheiro que - em teoria - sobra pra ser investido no que é realmente preciso.

A petição pode não causar a demissão de ninguém, mas certamente levará a reconsideração de algumas das medidas.

Leia a carta e assine aqui!