24 de maio de 2007

Desenvolvedor java para a web...

Você é um desenvolvedor java para web? Tá a fim de uma experiência no exterior?

A empresa pra qual eu trabalho aqui nos EUA está tendo dificuldades em preencher a vaga de desenvolvedor para web usando servlets e jsp (experiência ou conhecimento de frameworks como Spring são bem vindas). A dificuldade, provavelmente, vem da localização da empresa - que pra mim é ótima, perto da praia e no calor, mas que a maioria dos americanos jovens não gosta porque é cidade pequena e numa área conhecida por furacões (mas tem mais de 80 anos que houve um direct hit aqui).

Meu chefe hoje disse que ele consideraria candidatos que precisam do visto H1-B. Esse é o mesmo tipo de visto que eu tive quando vim para os EUA em 2000. Uma pessoa nesse visto pode transitar para o Green Card. O visto é válido por 3 anos e renovável por mais 3. Depois a empresa pode - dependendo da habilidade do candidato - solicitar o green card.

Atenção: empresa nenhuma vai contratar um cara do exterior que não seja efetivamente bom no que eles precisam. Se você cabe mais ou menos na vaga, mas não tem confiança de que é um candidato adequado - não desperdice o tempo dos entrevistadores. Idem se você não fala inglês fluentemente - enganation não vai colar e saber falar português não vai te trazer nenhuma vantagem para essa vaga.

http://www.ndr.com/public/employ/webdeveloper-2007-05-02.pdf

Se quiserem tirar dúvidas, entrem em contato comigo em ce.lopes at gmail.com.

Sobre a empresa: médio porte, área financeira (pesquisa em investimento e economia), estável (mais de 25 anos no mercado) e com clientes no mundo inteiro. Paga bem para os EUA e melhor ainda pra quem está no Brasil.

18 de maio de 2007

Gerentes...

Meu gerente apareceu de novo para perguntar qual título eu acho que devo ter.

Sim, porque fui contratado para ser "Analyst/Programmer" e ele agora acha que esse título é "ofensivo".

Ele está há 5 meses tentando mudar os títulos de cada um dos membros da equipe dele. Isso numa empresa que tem 100 funcionários. Vai ser a grande façanha dele do ano: oferecer a cada funcionário um novo título.

Eu disse que queria ser "Plumber" (hidráulico) e ele ficou muito sério. Disse que tinhamos de ter um título que fosse representativo para as outras pessoas na empresa. Eu comentei que então eu teria de ser "pooper-scooper" (literalmente, "pegador de bosta"; a pessoa que limpa o cocô dos animais)...

Ele não ficou nada feliz...

Acho que vou acabar sendo "Software Engineer" ou "Software Developer/Analyst".

Pode esperar. Esse novo título ainda vai me custar um aumento menor...

15 de maio de 2007

Porque continuo expatriado...

Este post é um complemento ao raciocínio iniciado no post "Porque emigrei..."

O fato é que viver no exterior, acredito eu depois de 7 anos fora do país onde nasci e fui criado, muda nossa percepção da realidade. Talvez porque a realidade mude tanto. Vários fatos comuns ao dia a dia brasileiro simplesmente desaparecem, as diferenças culturais (positivas e negativas) começam a tomar vulto - e começam os questionamentos.

Continuo expatriado porque quando penso em voltar ao Brasil, o que me passa pela cabeça são as coisas óbvias, como:

  • Horas de trabalho insanas pra poder ter uma renda digna
  • Sonegação ou literalmente entregar quase metade da sua renda pra um Estado que não te dá NADA de volta
  • Dupla tributação (a de direito e a de fato)
  • Crescente insegurança (beirando o terrorismo) do Rio (a outra opção, na minha profissão é São Paulo, que não é muito melhor)
Essas são auto-explicativas e não vou perder tempo discorrendo a respeito delas. Todo Brasileiro sabe do que eu estou falando, não importa se morando no Brasil ou no exterior.

Mas há também as coisas que, para quem ainda está no Brasil, seriam consideradas exóticas:
  • Eu não quero mais explorar a mão de obra barata de outras pessoas (empregadas)
  • Eu não quero mais contribuir com o dinheiro dos meus impostos para manter o abismo social
  • Eu não quero viver pensando que o amanhã vai ser melhor - mesmo contra todas as evidências
  • Quero limites na conduta das pessoas no que diz respeito a minha vida - infelizmente a maioria dos brasileiros abusa das relações de amizade; como me lembro toda vez que vou ao Brasil e começam os pedidos pra "levar uma coisinha"
Claro, é tranqüilo continuar expatriado quando se tem a opção de fazê-lo legalmente no país adotivo e até mesmo opções de outros destinos que não o Brasil.

Mas tranqüilo não quer dizer fácil.

*****

Todos os dias tem aquele momento em que eu queria simplesmente estar no Rio. Sem nenhum motivo particular. Simplesmente queria poder falar português. Ou ir almoçar num botequim. Ou encontrar os amigos pra um chopp no fim da tarde...

Não dá.

Queria que minha filha tivesse a oportunidade de conviver mais com os avós, os tios, os primos. Queria participar da vida em família.

Não dá.


São as coisas que se perde ao se ganhar todo o resto. Vale a pena? Eu acho que sim.

Mas não é fácil.