31 de agosto de 2004

Outro diálogo...

Um amigo americano apontou este artigo da CNN.

E eu respondi chamando a atenção para uma coisa que W. diz: "Nós vamos ganhar ficando na ofensiva. Nós vamos ganhar espalhando a liberdade."

E perguntei a ele, diante da destruição gradativa dos direitos individuais aqui nos EUA:

- "Espalhando a liberdade"???
- "Liberdade" é o nome de um preparado especial que recobre os misseis...

Ah, tá explicado! ;-)

Lançado! Lançado!

A Apple lançou o novo iMac G5...

Não sei se gostei do design ainda...

30 de agosto de 2004

Ah, a eficiência dos médicos americanos...

Só quem mora aqui nos EUA tem noção de como se sentem faltas dos profissionais de qualidade que podem ser encontrados na área médica no Brasil.

Vejam essa: O sujeito viveu 8 anos acreditando que estava com AIDS.

E não está.

O que diz o médico?

"A responsabilidade é toda minha! Foi mal aeh..."

Em termos de tecnologia de exames e tratamento, não consigo pensar em lugar melhor. Em termos de qualidade no atendimento dos médicos... Deus me livre.

Viva o Brasil.

Entregue sua TV ao TIVO!

Comprei um TIVO series 2, aproveitando o preço camarada de $89 da Amazon (depois de um mail-in rebate de $100 do fabricante).

Eu tinha receio de gastar uma baba num equipamento e pagar uma mensalidade por um serviço para me arrepender depois.

Ledo engano.

Já penso em aumentar a capacidade do meu tivo (acrescentando um outro HD e rodando uns programinhas no linux) porque 40Gb é pouco...

Com o serviço mensal do TIVO acabou a escravidão! A TV é assistida quando eu quero e não quando os programas vão ao ar. O TIVO toma conta de tudo e vai armazenando os programas que me interessam e que ele ACHA que me interessam para mim. Nem o famoso channel surfing eu preciso fazer mais...

Liberdade!

Aprendendo Struts?

Um bom começo para entender a framework...

Veja um ciclo lunar em alta velocidade

Super bacana ver uma "lunation" (um ciclo lunar completo) em segundos.

A explicação numa tradução livre: "A aparência na nossa Lua muda toda noite. Esta sequência em alta velocidade mostra como a lua se parece durante o ciclo lunar completo. De acordo com a orbita ao redor da Terra, a metade iluminada pelo sol primeiro se torna gradativamente mais visível. A Lua sempre mantém a mesma face voltada para a terra. É possível discernir que o tamanho aparente da Lua muda um pouco e um pequeno balançar enquanto ela progride na sua órbita eliptica. Durante o ciclo, a luz do sol reflete na lua de ângulos diferentes, e assim ilumina diferentes características de forma diferente. Um ciclo lunar completo leva aproximadamente 29.5 duas, um pouco menos que um mês (moon-th, month = mês)."

27 de agosto de 2004

Observação...

Como era de se esperar, e seguindo a longa tradição humana em que os vencedores escrevem a história e os perdedores que a engulam; numa rápida olhada nos jornais locais sobre a vitória da seleção feminina de futebol americana sobre a brasileira, ninguém menciona o penalti claro que não foi concedido na prorrogação e que podia ter definido o jogo.

Vejam, não tenho dúvidas que a seleção americana mereceu a medalha por seu desempenho em toda a competição - melhor que o do Brasil, diga-se de passagem.

Mas, poxa, custava mencionar que a arbitra não validou um penalti claro?

Do Jornal o Globo

Coluna Gente Boa: "A atitude do presidente Lula de só telefonar para os atletas que ganham medalha de ouro (foi assim com Robert Scheidt e com a dupla do vôlei de praia Ricardo e Emanuel) tem causado ciúmes em atletas não tão bem-sucedidos nos jogos. Eles acham que o presidente elitizou demais seus cumprimentos."

Era só o que faltava...

Olha, parabéns aí pelo seu décimo-segundo lugar, viu! Jóinha!

Olha, parabéns aí por ter tirado a quinta posição, ok?

Acho que os atletas em questão tinham de se tocar que o Presidente da República - mesmo esse aí, que não é muito chegado a trabalho - tem mais o que fazer...

E pra quem não sabia...

Wikipedia em português...

Diálogo do dia...

Um amigo me manda a seguinte instant message:

- Ai..os gerentes aq ja ganharam laptop novo ha mais de 3 meses..e a gente nao....Afinal quem precisa mais de maquina? Quem <realiza esta ou aquela função técnica> ou quem joga paciencia?

Seguiu-se o diálogo:

Eu: Sua pergunta é irrelevante. As maquinas não são concedidas a quem mais precisa delas mas a quem é mais "importante". "Importância" (entre àspas) é uma medida de quem está mais perto das cadeiras administrativas mais altas da empresa (a.k.a. quem trabalha menos). Uma rule of thumb: quanto mais alto seu cargo, mais "importante" você é. "Sem importância" é toda e qualquer entidade que tenha de desempenhar uma função clara. A estes, o refugo.

Ele: Eu queria uma palavra de apoio mas obrigado

Eu: Uma palavra de apoio então: "Le re le re, lere lere lereeee..." Tá se sentindo melhor agora?

Ele: Maldito.

Uma interessante discussão sobre a Wikipedia...

No Techdirt, um dos blogs que acompanho via Bloglines, tem um interessante debate sobre o valor da wikipedia...

Olha, eu estou no muro na discussão: acho a proposta da wikipedia excelente - uma comunidade que trata de corrigir informações. O coletivo sabe mais que o indivíduo - mas entendo o potencial para manipulação.

Admito que eu não usaria a wikipedia como minha única fonte de informação - e se eu desse o azar de pegar uma informação errada antes que ela pudesse ser corrigida pela comunidade?

Mas também, eu não usaria nenhuma publicação individualmente como única fonte de qualquer pesquisa que eu fizesse. Nunca o fiz.

Vale a pena ler os artigo apontados pelo post no Techdirt e entender melhor a wikipedia e os pontos de discordância.

25 de agosto de 2004

Um excelente artigo sobre George Soros e sua luta para tirar W.Bush do poder!!!

Eu não sei vocês, mas sempre ouvi falar de Soros no pior dos contextos...

Essa matéria apresenta um homem bem diferente do que eu imaginava.

E mais: um homem que está numa crusada pessoal contra o extremismo de qualquer espécie.

E contra W.Bush.

Vale a pena ler!

Campanha suja...

Precisa de mais provas da ligação entre a campanha suja contra o Senador Kerry?

24 de agosto de 2004

Quem não gosta doWill Ferrel?

Especialmente impersonando W.Bush?

Ah... imaginação!!!!

O Time Travel Fund é um fundo de investimento que garante que no futuro - quando inventarem a tecnologia - virão buscar você aqui no passado...

Entendeu?

O bacana é o nível de detalhe que os caras criaram para o "fundo de investimento".

Não vou nem me dar ao trabalho de listar todos os furos no processo...

Leia como a boa piada que é!

23 de agosto de 2004

Mandou retirar porque o tiro saiu pela culatra!

O GLOBO informa: Bush pede fim de anúncios polêmicos sobre Kerry.

Negar relação da Casa Branca com a campanha denegritória e de ataque pessoal ao candidato Democrata é risível.

Outro dia, num hotel em Chicago, passava pela Fox News - rede panfletária para os Republicanos - e assisti o reporter da emissora dizer, após apresentar soundbites de vários expoentes democratas, que havia uma clara campanha de destruição do caráter do atual Presidente.

Durma-se com essa!

Muito bem!!!

Não queremos esmolas e não aceitamos ser premiados por cota.

O olho grande é foda...



Coitada dessa outra moça...

Não que ela precise provar nada pra mim. Uma pessoa que sai do Brasil - um país sem tradição ou qualquer tipo de apoio no esporte dela - e faz tudo que ela fez, para mim é campeã em tudo.

O olho grande é foda...

Coitada dessa moça...

Quantas frameworks existem?!?

A Apache Software Foundation costuma ser garantia de bom software livre usado em profusão por empresas e indivíduos no mundo inteiro.

Mas a natureza algumas vezes anarquica dos projetos é de espantar qualquer mortal.

No caso me refiro as frameworks para desenvolvimento.

Eles parecem ter no Struts o seu carro chefe no segmento. Mas apontam no próprio FAQ desta framework para o Turbine como um melhor primeiro passo para quem está começando do zero e busca um conjunto de funções comuns à maioria dos websites...

E aí hoje alguém me dá a dica do Tapestry!

Mais uma framework do grupo ASF com um enfoque diferente das outras frameworks disponíveis.

Dirão vocês que opções de sobra não deveriam ser um problema.

Mas são: como estudar tudo? Como investigar quais opções são mais adequadas para resolver este ou aquele problema.

Meu dia tinha de ter 60h...

20 de agosto de 2004

Perdeu a chuva de meteoros?

Veja aqui...

Bacana!

Para os usuários do GMail

Saiu o Gmail Notifier oficial da Google.

Não, ainda não instalei porque só funciona em Windows... :-(

18 de agosto de 2004

Cambista brasileiro leva know how aos jogos!

Claro, da mesma forma quetem brasileiro tem de outros países também.

Mas que é engraçado é!

17 de agosto de 2004

Para os técnicos... Historinha de terror!

Uma grande empresa de comércio varejista com lojas em todos os estados dos EUA e sede no meio-oeste americano tem o seguinte processo para importar, de uma empresa afiliada, dados sobre produtos a serem vendidos em seu website:

- Afiliada gera um feed XML com todos os dados disponíveis sobre o produto
- Feed é enviado para uma empresa contratada para "agregar dados"
- Feed é convertido em planilhas EXCEL
- Colunas de dados extras são adicionadas manualmente
- Planilhas são enviadas para um indivíduo (identificado pelo nome e e-mail) na grande empresa varejista
- Mais dados extras são adicionados manualmente (pra que se pagou um intermediário para agregar dados mesmo?)
- Planilha EXCEL é convertida para um banco de dados MS ACCESS
- Banco de dados MS ACCESS é importado para o banco de dados corporativo

Pra quem pensa que processos estupidos e má utilização de tecnologia e recursos só acontece no Brasil.

Não posso, por motivos óbvios, revelar o nome dos envolvidos.

Conheça seus direitos no Brasil...

Licença rasgue e dane-se!

De competente a execrado...

O blog fo Fábio S. - Caryorker - tem um post que resume o que eu penso sobre a situação do presidente do Banco Central do Brasil.

Ei-lo aqui! Perfeito!

O momento que o Governo escolhe para a manobra é péssimo - como aliás é todo o timing desse governo Lula - mas a verdade é que não se pode condenar nenhum cidadão sem que seja provado pelos órgãos competentes que há culpa efetiva.

"Mas foi isso que o PT fez a vida inteira!"

O que só torna o processo mais errado!

Sobre o bafafa do Conselho Federal de Jornalismo

Tudo que posso dizer é que eu não teria colocado melhor que um profissional do ramo. Com a palavra Luiz Garcia de O Globo (que não acerta sempre, mas acertou dessa vez):

O dia seguinte

Digamos, por provável hipótese, que caminha para o lixo a tentativa de criação do Conselho Federal de Jornalismo. O Planalto é a favor do projeto, por ver na autarquia um antídoto ao denuncismo (que, por sinal, não tem defensores na imprensa honesta). Mas é difícil acreditar que um governo que até hoje não moveu uma palha para limpar da legislação brasileira a nódoa humilhante representada pela Lei de Imprensa editada no regime militar (governo Costa e Silva) considere-se no direito (ou dever?) de acrescentar novas correntes às algemas em vigor.


Na verdade, o projeto do CFJ é algo parecido com uma proposta de impor restrições ao comércio honesto como forma de acabar com os camelôs que vendem produtos falsificados. Nada contra o combate aos desonestos: tanto há donos de empresas jornalísticas mal-intencionados quanto profissionais indignos de exercer a profissão. Mas a proposta encampada pelo governo não peca pelas intenções, e sim pela falta de eficácia dos mecanismos. Podem apostar: não vai adiante. Está distante da realidade do jornalismo brasileiro.

Mas é preciso reconhecer: veio à superfície um problema que não desaparecerá com o naufrágio do projeto. Ou seja, o fato de que abusos são cometidos em nome da liberdade de informação. Por profissionais e patrões. Graças a Nossa Senhora da Pena, nossa padroeira, os grandes pecadores não são a maioria. Longe disso, mas o problema existe.

Enfrentar o problema talvez exija começar pela discussão do que é liberdade de imprensa. Proponho que seja um conceito falso. O que deveria existir — e constituir a base de qualquer conceituação do ofício — seria o direito da sociedade à informação. E o dever da imprensa de atender a esse direito. Resumindo: nós, jornalistas, não temos a liberdade, mas o dever de informar.

E a liberdade de ação dos meios de comunicação só se justifica na medida em que funciona como instrumento do indispensável direito da sociedade de ser informada — para com esse insumo decidir seus caminhos.

O jornalista não é Robin Hood. E não precisa de códigos ou regulamentos particulares (que, a propósito, não existem nas chamadas democracias sofisticadas). Nossos excessos podem ser perfeitamente enquadrados nos códigos Civil e Penal. A calúnia, a difamação ou a injúria não são diferentes se cometidas pelo cidadão ou pelo veículo de comunicação. O mesmo vale para a chantagem e para a falsificação, por exagero ou deslavada mentira, do produto vendido à sociedade. De resto, os meios de comunicação têm, independentemente das leis, um controle severo: o da opinião pública. Ela compra, assiste ou ouve o que lhe interessa e lhe serve. E de boba não tem nada: pode ser enganada por algum tempo mas no fim das contas compra, vê ou ouve o que serve aos seus interesses pessoais e ao exercício da cidadania. Não seria má idéia se os meios de comunicação tomassem a iniciativa de botar a boca no trombone contra o denuncismo, a acusação mal fundamentada, a denúncia amparada apenas na rivalidade política, ou na irresponsabilidade (maldosa ou incompetente) da autoridade.

Alguns podem temer que o público ache que somos todos farinha do mesmo saco. É um risco que facilmente se evita: basta que um comportamento ético impecável seja o principal instrumento da campanha.

Ah... Tecnologia...



- Porcaria! O servidor caiu de novo?

16 de agosto de 2004

Tem maluco pra tudo...

Esse cara construiu uma cópia de baixo custo do Segway.

Leitura interessante!

Miopia comercial

De um dos blogs que acompanho via Bloglines, o Techdirt, chega a notícia estúpida:

Você pode banir seus fregueses de compararem preços?

É sobre a Dick's Sporting Goods, que tem lojas em mais de 20 estados por aqui. Eles estão proibindo aos consumidores em suas lojas o uso dos telefones com câmeras...

Porquê?

Aparentemente para impedir que sejam feitas comparações de preços com outros consumidores em outras lojas ou com consumidores que tem acesso a internet para validar preços.

Idéia idiota.

Porque como eles vão impedir que as pessoas anotem os dados do produto numa folha de papel e vão para casa pesquisar elas próprias? Ou usarem uns dos inúmeros telefones que navegam a web para pesquisar sem tirar foto nenhuma?

E quantos clientes vendas eles não vão perder porque o consumidor não pode mostrar a cor do produto ou um detalhe do ítem a quem quer que seja seu interlocutor?

É por essas e outras que eu compro cada vez mais online e cada vez menos em lojas...

13 de agosto de 2004

Armários

- Mamãe, deixa a porta do armário aberta tá?
- Meu filho...
- Por favor mamãe, por favor... Eu tenho medo...
- Tá bom. Deita que eu vou ficar aqui com você um pouquinho.

Com o corpo da mãe junto ao seu, o cafuné e a canção de ninar susurrada; o sono veio em segundos. E ele teria dormido direto não fosse o ruído surdo do armário sendo fechado de mansinho pela mãe que saia do quarto.

Apavorado, num salto ele estava sentado, chorando...

- O armário aberto! Aberto!

***

Ele acordou assustado. Suava frio e tinha o rosto molhado de lágrimas. Olhou de esguelha para o armário do quarto - não o quarto de criança que acabará de visitar no pesadelo infantil, mas seu quarto de adulto, de homem de 42 anos. Tinha medo de encontrá-lo fechado ou, muito pior, entreaberto. Mas ele estava totalmente aberto, como ele sempre o deixava.

Ele já tinha pensado em retirar a porta do armário. Aliás, de todos os armários da casa. Mas o senhorio certamente não iria aprovar seu arrojo decorativo. Então ele simplesmente deixava as portas abertas. Todas. Armários do quarto, da cozinha, do banheiro. Abertos. Sempre.

Era um problema, claro. As empregadas tinham de ser treinadas a não fechá-los. Ou não deixá-los fechados para quando da chegada do patrão. Ele perdeu as contas de quantas dispensou porque quase o mataram ao deixar os armários da cozinha fechados - ou muito pior, o do quarto.

Olhou para o teto por algum tempo, rolou a cabeça para o rádio-relógio - 3:30 da manhã - e decidiu que já que estava acordado, podia usar o banheiro.

O apartamento, um quarto e sala, era decorado espartanamente. Ele não gostava de ficar dentro de casa e passava todo o tempo que podia na rua. De casa, muito cedo, para o trabalho. Do trabalho para o bar. Do bar, o mais tarde possível, para casa. Um dormitório. Nada mais.

Levantou-se no escuro, desorientado - qual apartamento era esse? Ele mudava com freqüência também, não gostava de morar mais que um ano no mesmo lugar. Levou alguns segundos para se orientar e então deslizou até a porta e acendeu a luz do quarto. Mais que suficiente para enxergar a porta do banheiro e o vaso.

Sonolento, ainda suando, sentou-se ao vaso.

E notou a cortina do chuveiro fechada.

Deu um salto em direção a porta. Tremia. Como? Ele não havia fechado a cortina, ele tinha certeza! Como? Ou teria?!? Não importava! A cortina estava fechada! Fechada!

- Fechada! Merda...

O suor lhe escorria pelo rosto novamente. Tinha de abrir a cortina mas estava paralisado de medo. A luz que entrava pelo quarto não era suficiente. Esticou-se para o interruptor do banheiro...

- Merda! Merda!

A lâmpada do banheiro estava queimada. Só a tênue luz do quarto avançava tímida pela parte da porta que seu corpo não cobria.

A cortina.

Estendeu a mão trêmula para a cortina. Todos os anos do pesadelo recorrente aflorando no suor que lhe escorria no rosto e na nuca. A visão, quase palpável, do menino de quatro anos sentado na cama gritando e chorando.

- Não há nada aí atrás. Nada. Calma. É só abrir a cortina e vai ficar tudo bem.

Começou a abrir a cortina e percebeu, no aumentar da fresta, que estava errado. Mas era tarde... O braço trêmulo continuava a abrir a cortina mesmo enquanto balbuciava, apavorado, o não repetidas vezes. A cortina meio aberta e a visão que se apresentava o fizeram dar um passo para trás, o grito de pavor engasgado e a respiração suspensa na tensão dos anos de medo culminando naquele momento.

Caiu para trás, bateu a cabeça na pia e atingiu o chão duro levando consigo a cortina, arrancada violentamente.

***

- E aí?
- Parece um acidente mesmo. O corpo taí no chão há uns três dias de acordo com a avaliação do legista.
- Quem encontrou?
- A empregada que vem duas vezes por semana.
- Causa da morte?
- O legista acha que o cara tropeçou, agarrou a cortina tentando se segurar, bateu a cabeça na pia e morreu. Tem pouco sangue no chão, mas parece que o trauma é que foi severo.
- Hum...
- Você não parece muito convencido.
- Não, faz todo o sentido... é que...
- O quê?
- Eu não sei. Olha a palma da mão esquerda. Tá vendo essas marcas?
- É, o legista viu isso. Parece que o cara segurou a cortina com tanta força que as unhas dele cortaram a cortina e cortaram a carne da mão. Tiveram que quebrar os dedos dele para abrir a mão.
- E o rosto dele... Quantas vezes você viu um rosto assim?
- Contorcido?
- É. O que você acha que fez o rosto ficar assim?
- Dor?!
- Não. Dor não... Podem levar...

O detetive saiu do caminho e assistiu os bombeiros retirando o corpo para o rabecão. Acendeu um cigarro e sussurrou entre baforadas:

- Medo. Muito medo.

Comédia com grandes nomes...

MEET THE FOCKERS

A seqüência do "Meet the Parents".

Eu também odeio o Ben Stiller, mas Dustin Hoffman e Barbra Streisand juntam-se ao cast... De Niro e Hoffman? Vai ser bom...

Colocando os paulistas no seu lugar...

Também da coluna do Ancelmo Gois:

Petropaulista

Ontem, num ato da Frente Única dos Petroleiros, no Rio, um paulista no carro de som mandou esta: “Quando o farol fechar, meu, vocês atravessam pra começar.”

Ninguém se mexeu. “Foi mal. Quando o semáforo...”. Nada. “Tá bom, quando o sinal fechar”. Aí a turma atravessou. Ah, bom!


Mesmo que não seja verdade, é engraçadíssimo!

A safadeza continua...

Da coluna do Ancelmo Gois em O Globo:

"Propino-emprego

Rodrigo Silveirinha, o ex-fiscal do propinoduto, ainda tenta, acredite, recuperar o emprego.

O órgão Especial do TJ-RJ vota, segunda agora, um pedido de anulação de sua demissão. "

11 de agosto de 2004

Um dólar, um voto!



A Visão dos Bilionários Por Bush!

As idéias favoritas:

* Permitir às corporações a canditura a cargos eletivos
* Um Dólar, um voto
* Pagar aos detentores de cargos em comissão e servidores públicos em ações das empresas
* Eliminar a responsabilidade empresarial
* Acabar com todos os programas sociais

Algumas das políticas específicas:

* Privatizar a guerra - Halliburton invade a Síria
* Expandir o uso de prisioneiros nas indústrias - porque eles são os trabalhadores ideiais; não podendo pedir aumentos, benefícios, se organizar em sindicatos ou procurar outro emprego!
* Acompanhar a eficiência do ensino público - ao invés de gastar recursos educando cada criança, vamos reconhecer que a maioria vai acabar mesmo em empregos subalternos!

E a hilária comparação entre Bush e Kerry!

E não percam o material de campanha!

Ah, sarcasmo!!! Excelente!

O potencial novo diretor da CIA...

Porter Goss, é o indicado de W. para diretor da CIA.

Eis aqui uns soundbites de uma reunião com outros republicanos no início desse verão.

Fighting terrorism is not a popularity contest. A lot of people think that the purpose of the USA these days is to be loved around the world. Wrong! The purpuse of the USA is to be respected for what we are.

Em português (tradução livre): "Lutar contra o terrorismo não é um concurso de popularidade. Muitas pessoas pensam que o propósito dos EUA atualmente é ser amado no mundo todo. Errado! O propósito dos EUA é ser respeitado por aquilo que ele é."

Ou seja, na mesma tradição do atual Presidente, respeito se conquista com força bruta. E o fato do mundo todo hoje ser contra os EUA é um claro sinal de respeito...

O candidato, que ainda tem de passar pelo crivo do Senado, também disse:

Between big brother and dead brother ... the responsibility is to make sure we don't have any more dead brothers.

Em português (tradução livre): "Entre o Grande Irmão e o irmão morto ... a responsabilidade é ter a certeza de que não teremos mais irmãos mortos."

Adeus aos poucos direitos civis que restaram...

E, claro, os soldados que estão morrendo aos borbotões e cidadãos de outras nacionalidades em ataques terroristas (inclusive no Iraque) retaliatórios, não são irmãos.

Se alguém quiser ouvir esses sondbites, me fala que eu encaminho o spot da NPR.

Direitos civis na terra da liberdade

Um amigo me envia esta singela nota sobre o estado das coisas aqui no país do Tio Sam.

Do Boing Boing: Leitor de Dungeons & Dragons é incomodado por seguranças numa barca.

Em miúdos: as barcas entre Nova Iorque e Nova Jersey tem vistorias de bolsas obrigatórias - na minha opinião, questionável (afinal, será que eles estão parando e vistoriando todos os carros que entram e saem de NY?) mas aceitável. Um segurança tentou confiscar o livro "Exalted: The Abyssals" por ser "inapropriado".

Eis o diálogo que se seguiu:

- Senhor, eu sinto que tenho de confiscar este livro.
- Você perdeu todo seu senso de realidade ? Você precisa confiscar... um livro?
- Sim. Eu sinto que é inapropriado que as outras pessoas na barca sejam expostas a ele.

Segue-se algum debate.

- Será que você não entende que é para sua segurança?
- Confiscar a arma ou uma bomba que alguém esteja carregando é para minha segurança. Talvez confiscar um canivete ou cortador de unhas seja para minha segurança. O que há de tão perigoso no meu livro?
- Ele é INAPROPRIADO!

Deprimente...

Dirão alguns: isto é com certeza a exceção!

Claro. Aliás: tomara!

Mas a verdade é que uma vez que você cria condições para que este tipo de invasão e restrição ao direito individual aconteça, os abusos irão obviamente se suceder e aumentar com o decorrer do tempo.

Dica bossal do dia...

Procurando aquele velho amigo no Orkut mas só lembra de parte do último nome dele(a)?

Qualquer um que já trabalhou com SQL não vai se espantar, mas o Orkut aceita wildcards no "Friend Finder"...

Exemplo: Você sabe que o meu sobrenome tinha 'Lopes' mas não tem certeza quanto ao 'Souza". Voce pode procurar por:

First Name: Carlos%
(pro caso de eu ter dado o first name 'Carlos Eduardo')

Last Name: %Lopes
(por que você não lembra do meu sobrenome completo)

Isso vai trazer todos os 'Carlos (qualquer coisa)' que tenham o sobrenome '(qualquer coisa) Lopes'.

Não sei se tem isso em algum help do sistema. Descobri testando em frustração porque, por exemplo: Fábio e Fabio são - como deveriam - dois nomes diferentes; e sabe-se lá se o seu camarada figura usou o acento no próprio nome ou não?!?

Então, na dúvida, use o %.

Mas lembre-se: % significa "qualquer coisa" e não "qualquer um caracter".

Por exemplo: "F%bio" retornará Fábio, Fabio e Felibio.

E não, eu não tenho nenhuma mágica para tornar o Orkut mais rápido. Aliás, usar isso pode tornar a busca mais lenta...

E antes que eu me esqueça: B.Piropo é o cacete! ;-)

Ai, minha cabeça...

Comentário de um amigo ao saber que eu estou trabalhando com programação de ByteBuffers, packets, datagrams, e outras coisas relacionadas a streams de bytes via rede para broadcast de som:

"- Aquela vaga na sua equipe... que estavamos conversando outro dia? Não quero mais obrigado!"

Ai, minha cabeça doi.

10 de agosto de 2004

Mobilização...

Rock Against Bush

Quantas vezes uma criatura conseguiu a façanha de ser tão detestada que dedicam albuns e concertos a esse ódio?

Que tal o Future Soundtrack for America cuja renda é revertida integralmente para instituições que trabalham para envolver os Americanos do processo político - e assim garantir uma consciência eleitoral que desapareceu.

E vejam que avanço...

A Terra Notícias informa: Candidata a prefeita é cassada por ter "relação fundada no afeto e na assistência moral, material e sexual recíproca, com os mesmos contornos de uma união estável" com a atual prefeita.

Ignorando por um instante o fato de que a candidata nega ter a relação homossexual, vejam como o Brasil - pelo menos no sentido legal - é muito mais evoluido que nos EUA.

Conjuntamente com a decisão recente da justiça de garantir a um inglês que mora no Brasil com seu parceiro o direito a residência permanente (afinal, trata-se de união estável), o Brasil abre caminho para uma sociedade muito mais justa.

Mais uma vez, pelo menos no âmbito legal.

O preconceito aos homossexuais ainda é muito grande.

Aqui como aí...

O Luiz Garcia de O Globo tem em seu mais recente artigo estes três parágrafos interessantíssimos:

Dias antes, este correspondente nas trincheiras desembarcou com mulher e dois netos na assediada capital, pronto para enfrentar o complexo esquema de segurança dos aeroportos americanos. Tragédia: ao chegar no controle de passaportes, fomos avisados de que todo o sistema computadorizado tinha caído. Os funcionários andavam de um lado para o outro distribuindo comunicações animadoras como “ih, pessoal, é no país todo, e da última vez demorou cinco horas para consertar”.

Quinze minutos depois, todos os portadores de passaportes americanos foram liberados. Pelo visto, os especialistas em terroristas descobriram que, por alguma estranha razão, o pessoal da al-Qaeda é incapaz de falsificar um passaporte americano.

Suamos mais meia hora. E só. De repente, liberaram geral: entramos no país com uma simples verificação manual de passaportes, sem foto, sem impressão digital, sem nada. Foi quase humilhante -- e também curioso: no dia seguinte, nem uma linha nos jornais, nem uma palavra na TV. Eu sei e vocês sabem que este correspondente é inofensivo em todos os níveis das ações humanas. Mas eles já saberem disso em Washington é degradante.


NEM UMA NOTA EM JORNAL NENHUM!!!

Eu procurei o máximo que meu tempo permitiu.

Quantas vezes isso já aconteceu? E quem foi que conseguiu entrar?

Vejam, não se trata de achar que fronteira tem de ser fortificada a ponto de só passar americano. Quem sou eu? Eu não passaria.

Mas é que esta administração fala tanto de seu esforço em garantir maior segurança contra o terrorismo.

E continua tudo a mesma coisa.

A fronteira continua uma peneira.

Ainda bem que moro nos milharais esquecidos...

Desmentindo Michael Moore

O Globo tem um excelente artigo (reproduzido abaixo) que aponta todos os exageros, desvios e até mentiras do Farenheit 11 de Setembro.

Eu não tive nenhuma dúvida, em nenhum momento, que o filme de Moore não era um documentário. Está mais para um panfleto anti-Bush do que qualquer outra coisa. É uma interpretação de fatos muito complexos - e uma interpretação negativa.

O artigo de O Globo é uma interpretação claramente positiva. Inclusive ridicularizando em um dado momento o candidato da oposição, John Kerry. Classificar de patética a saudação militar de um heroi de guerra nos EUA é, claramente, não conhecer os americanos.

Mas, eu ainda acho que Bush tem de sair.

Sendo egoista, eu moro aqui e a economia vai mal, os empregos estão em baixa (sim, não tão ruins quanto no fim da era Clinton - can you say bubble burst?), o deficit público nunca foi tão alto e o mundo inteiro odeia os americanos e quem mora aqui (É! Eu sou criticado por alguns por morar aqui! É mole?).

Além disso, não acredito que se combata extremismo com extremismo.

E é isso que o Bush e sua administração representam.

Não são os melhores candidatos para combater terrorismo de qualquer espécie.

Porque, enquanto ceder ou negociar com terroristas não resolve nada, o olho por olho e a arrogância do "eu sei o que é melhor pro mundo" e do "nation building" individualista também não.

O artigo também, estranhamente, condena pessoas que queriam provas do envolvimento de Bin Laden e de outros terroristas... É a Lei!!! Ninguém é culpado até que sejam apresentadas provas de seu envolvimento.

Bin Laden, provou-se, era culpado. Onde está ele? Bush falhou em capturá-lo. Preferiu ir ao Iraque do que terminar o trabalho no Afeganistão, que hoje está lentamente caindo nas mãos dos senhores feudais novamente...

E porque Saddam foi parte instrumental na perversão do Islã isso não dá a qualquer nação, independente da Lei internacional e do apoio da entidade autorizada a monitorar desvios de condutas de governantes, o direito de decidir implementar a força uma democracia para "estabilizar a região". Isso não funciona - apesar da minha torcida pessoal para que tudo dê certo e os Iraquianos tenham acesso à única forma de governo que comprovadamente é funcional (com todos os seus defeitos) - como a história já mostrou em outras tentativas fracassadas.

Não que a ONU não tenha culpa por permitir, de braços cruzados, que Saddam fizesse tudo que fez. A entidade precisa de uma reforma urgente para lidar com casos como os do Iraque e os do Sudão.

Mas a Lei internacional tem de ser soberana. Assim como a Lei de um país tem de ser respeitada por aqueles que nele residem.

Finalmente, se não se pode compactuar com a mentira, o que dizer da sonegação de informação sobre a qualidade do ar em NY após os ataques? Ou as armas de destruição em massa que não existiam e seu "perigo real e imediato"? Ou a prisão por tempo indeterminados de "combatentes inimigos" (alguns inclusive já liberados porque foram aprisionados por engano) sem provas, sem direito a julgamento ou defesa, numa base militar estrangeira? Ou o Patriot Act e a defenestração das liberdades individuais que a atual administração continua promovendo?

O artigo de Ali Kamel é bem pesquisado, mas igualmente tendencioso.

E eu entendo porque: medo de que o combate ao terrorismo esmoreça. Eu também tenho esse temor. Mais até porque moro num país alvo (ainda que num estado absolutamente não alvo).

Mas acredito piamente que Bush e sua gangue não são as melhores opções para representar os EUA na sua cruzada contra este inimigo perigoso e escorregadio.

O artigo na integra:

Quando o filme acabou, a platéia, jovem na maioria, levantou-se e aplaudiu. Não pude conter um certo constrangimento: como se pode enganar tanta gente assim, sem nenhum pudor, e ainda ganhar o prêmio principal de Cannes? Estou falando do Fahrenheit 9/11, de Michael Moore, que todos chamam de documentário, mas, a rigor, deveria receber outra qualificação. É um amontoado de mentiras e distorções, tudo a serviço de uma teoria que o pior dos roteiristas de espionagem rejeitaria: Bush, além de idiota, é de uma família gananciosa, sustentada pelos sauditas (talvez até diretamente por Bin Laden), e, depois de tomar o poder com uma fraude, levou o país à guerra com o Iraque, uma nação que até então vivia tranqüila e pacificamente, apenas para que a indústria bélica à qual ele é ligado lucrasse mais.

Eu pensei: o terror islâmico está a um passo de ganhar a guerra. Mas logo me tranqüilizei com outros dois pensamentos. O primeiro: o filme é a prova da vitalidade da democracia americana (em que outro país um filme tão mentiroso teria livre trânsito?). O segundo foi a cena patética em que John Kerry se apresentou para o serviço, batendo continência e declarando: "Não hesitarei em usar a força e não concederei a nenhuma nação ou organização internacional o poder de veto quando o assunto for a segurança dos EUA". Exatamente o que Bush fez: tentou o apoio internacional, não conseguiu, e foi à guerra, com o apoio do congresso americano. Não gosto de Bush nem de Kerry. Mas fiquei mais tranqüilo de saber que, com um ou o outro, continuará a luta contra o terror islâmico, a pior ameaça depois do nazi-fascismo.

Aqui vou mostrar as mentiras do filme. Na maior parte, elas são perceptíveis na hora, mas uma pesquisa em revistas e jornais americanos e em sites da internet ajudou muito. Principalmente, as informações brilhantemente coletadas por Dave Kopel, um cidadão filiado ao partido democrata, mas eleitor do independente Ralph Nader, como Moore. Kopel é colunista da conservadora National Review e diretor de pesquisas do Indenpendence Institute, um think tank muito respeitado do Colorado. Conhece os desvios de Moore desde "Tiros em Columbine", porque, infelizmente, tem o defeito de defender o direito ao porte de armas. Cada informação a seguir, vinda de mim, de revistas, jornais ou Kopel, foram checadas nas fontes originais.

*O filme mostra a CBS e a CNN noticiando a vitória de Gore na Flórida. E diz: "Depois, alguma coisa chamada Fox Channel deu a vitória para o outro cara. De repente, as outras redes disseram:'Hei, se a Fox disse isso, tem de ser verdade'". Em seguida, Moore diz que o chefe da Fox era primo de Bush, insinuando que tudo foi uma conspiração. Tolice. A NBC, e não a CBS, foi a primeira a anunciar a vitória de Gore às 7:49 da noite. Até 8:02, todas as redes fizeram o mesmo, inclusive a Fox! Às dez da noite, a CBS e a CNN se retrataram, pondo a Flórida como "sem resultado". Todas as redes fizeram o mesmo, menos a Fox, que manteve o resultado pró- Gore até as duas da manhã. Apenas às 2:16, a Fox projetou a vitória de Bush, no que foi seguida por todas as outras redes. Às 3:59, a CBS se retratou novamente, dando novamente a Flórida como "sem resultado". Em oito minutos, todas as redes, inclusive a Fox, fizeram o mesmo. Ou seja, Moore pega a CBS às 7:52 dando o resultado para Gore, sonega do espectador a informação de que a Fox fez o mesmo, e cola a imagem da Fox, seis horas depois, dando a vitória a Bush, sonegando de novo a informação de que a própria Fox, duas horas depois, voltou a se retratar.

*Moore diz que uma recontagem independente feita por jornais dava a vitória a Gore, "em todos os cenários, se a Suprema Corte não tivesse interrompido a recontagem após o prazo legal". Se a recontagem fosse feita apenas onde Gore a solicitou, a vitória seria de Bush. Se a recontagem fosse geral e irrestrita - o que Gore jamais solicitou - a vitória iria para Gore, se alguns critérios fossem seguidos, e para Bush, se os critérios fossem outros. A afirmação "em qualquer cenário" é, portanto, mentirosa. No site de Moore, é curiosa a prova que ele dá de que falou a verdade. O jornal citado é o Washington Times, do reverendo Moom, que diz que Gore ganharia por uma margem entre 42 e 171 votos. Mas sabe qual a manchete da reportagem? "Recontagem não dá respostas seguras"! No filme, para ilustrar o que diz, Moore mostra, em letras garrafais, uma manchete de um pequeno jornal de Illinois, The Pantagraph: "Última recontagem mostra que Gore venceu as eleições". Mas era uma trucagem: aquilo não era a manchete do jornal, mas apenas o título de um editorial, que tomava apenas uma pequena parte da página. Uma trapaça. Não há dúvida de que Bush chegou à Casa Branca após uma eleição conturbada. Mas o mesmo teria ocorrido se Gore tivesse vencido com a mesma margem.

*O filme diz que nenhum presidente, no dia de sua posse, enfrentou protestos semelhantes aos da posse de Bush, que o obrigaram a cancelar o passeio a pé até a Casa Branca. Mas Nixon, em 1969 e 1973, enfrentou protestos com um número três maior de participantes. E Bush, na última parte do percurso, saiu do carro e, ao lado da mulher, andou até a Casa Branca.

*Bush aparece num jantar de gala, dizendo aos participantes, que trajam smoking: "Alguns os chamam de 'a elite". Eu os chamo de 'a minha base'. Faltou dizer que aquele era o jantar anual da Al Smith Foundantion, que recolhe fundos para hospitais de caridade. E que a brincadeira era o convidado de honra debochar de si mesmo. Gore, também convidado, fez o mesmo, mas Moore omite.

* O filme diz que Bush passou 42% dos seus primeiros oito meses em férias, segundo um levantamento do Washington Post. O levantamento incluía os fins de semana de trabalho em Camp David, e o tempo gasto nas idas e vindas. Ninguém nota, mas numa das cenas, ao lado de Bush, está Tony Blair. Tirando os fins de semana, o tempo cai para 13%.

*Na cena em que Bush passa sete minutos sem nada fazer, após tomar conhecimento do ataque do segundo avião, o filme diz que ele continuou lendo um livro chamado "Meu bode de estimação", o que tem um efeito cômico invulgar. Mas o livro na verdade se chama "Domínio da leitura 2" ("meu bode" é apenas um exercício do livro, mas nada indica que Bush o estava lendo).

*O filme diz que em seis de agosto de 2001, Bush recebeu um informe do FBI dizendo que "Osama bin Laden estava planejando atacar os Estados Unidos com aviões seqüestrados". E, para brincar, diz que Bush pode ter achado o título vago. A cena corta para Condoleezza Rice, diante da Comissão do 11 de setembro, dizendo o título do informe: "Bin Laden decidido a atacar dentro dos EUA". Todo mundo ri, mas Moore não contou a ninguém que Condoleezza revelara também o conteúdo do informe: uma colagem de informações relativas aos anos de 1997 e 1998. E mais: a parte sobre aviões seqüestrados é o oposto do que o filme sugere. Diz o documento: "Não fomos capazes de corroborar algumas das mais sensacionais ameaças como uma que nos chegou de um serviço estrangeiro em 1998 dizendo que bin Laden queria seqüestrar um avião para obter a libertação do sheik cego Umar Abd al Rahman e outros extremistas presos nos EUA". O que o leitor, em 2001, faria com um informe desses? Semana passada, o governo americano elevou o nível de alerta contra atentados terroristas. Os jornais imediatamente denunciaram que tudo era baseado em informações de três anos antes. O governo se defendeu dizendo que os informes tinham sido atualizados em janeiro. Isso não importa. O que cabe destacar é que Bush, no filme, é brutalmente condenado por não ter feito nada ao ler um relatório com informações de...três anos antes (e sem atualizações). Agora, na vida real, é cobrado justamente por ter dado bola a um relatório semelhante. É dura a vida de um presidente.

*O filme diz que 142 sauditas, incluindo 26 membros da família Bin Laden, foram autorizados a deixar o país, depois de 13 de setembro, quando o espaço aéreo estava fechado, graças à autorização especial de Bush. "Nem mesmo Rick Martin conseguiu voar". O filme diz que ninguém foi interrogado. A verdade: Richard Clarke, então diretor de contra-terrorismo e endeusado por Moore por ter se tornado um crítico de Bush, assumiu inteira responsabilidade pelo ato e garantiu que não pediu a autorização do presidente, mas Moore esconde isso. A comissão do 11 de setembro confirmou tudo e acrescentou que todos os procedimentos legais foram observados, com o FBI interrogando todos os que interessavam. Basta ler o relatório final às páginas 329 e 330. Não é preciso ser nenhum gênio para saber que se havia um grupo ultramonitorado nos EUA era a família de Bin Laden, um inimigo declarado do país desde 1993. A quantidade de informações sobre cada passo daquela família era imensa. Não eram necessárias muitas perguntas na hora do embarque para saber que eles estavam rompidos com Osama havia muitos anos. E sem nenhum contato com eles. Além do mais, a comitiva viajou dia 20 de setembro, quando o espaço aéreo já estava aberto permitindo que todos voassem, inclusive o Rick Martin.

*O filme diz que os Bush teriam se beneficiado de US$ 1,4 bi que os sauditas investiram na empresa Carlyle, de onde o ex-presidente Bush é consultor. E afirma que os Bin Laden também seriam investidores da empresa. A verdade: Bush só se tornou consultor da Carlyle anos depois do fabuloso investimento saudita. Os Bin Laden investiram apenas US$ 2 milhões na Carlyle, um nada perto da fortuna deles. Fora isso, o super anti-Bush, George Soros, também é um investidor da Carlyle, assim como muitos ex-assessores de ex-presidentes democratas são ligados a ela. O filme diz que a Carlyle ganhou milhões com a guerra do Iraque, mas ela teve prejuízo: a única arma desenhada para o Exército, mas não comprada pelo governo Bush foi o Cruzado, um sistema de mísseis que custou à empresa US$ 11 bi. O ex-presidente Bush deixou há tempos de ser consultor da empresa.

*O filme "denuncia" que a embaixada da Arábia Saudita em Washington recebe proteção da divisão uniformizada do serviço secreto americano. No website do serviço secreto, no entanto, está dito que a divisão tem por missão proteger a Casa Branca, a casa do Vice-presidente e as embaixadas e missões diplomáticas de Washington.

*O filme dá a entender que Bush paparicou delegados do Talibã, quando era governador do Texas. Mas é mentira, Bush nunca os recebeu. Eles visitaram uma empresa chamada Unocal para conhecer um projeto de gasoduto no Afeganistão, que foi deixado de lado em 1998, e jamais retomado (ao contrário do que o filme diz). O projeto era defendido pelo Governo Clinton. Em 2001, já no governo Bush, quem recebeu nova delegação do Afeganistão foi o Departamento de Estado e, mesmo assim, para dizer que os EUA jamais reconheceriam o Governo Talibã. A cena da assinatura de um acordo para a construção de um gasoduto, que o filme mostra, refere-se a outro gasoduto, que nada tem a ver com o projeto da Unocal, que não está no projeto. E também a construção desse gasoduto jamais saiu do papel. Da mesma forma, a afirmação de que Hamid Karzai, presidente do Afeganistão, foi consultor da Unocal é mentirosa. Moore baseou-se numa única reportagem do Le Monde, mas a Unocal sempre desmentiu a informação oficialmente.

*Ashcroft, secretário de Justiça, é mostrado como um imbecil, que perdeu a votação para o senado para um cadáver. Seu competidor morreu três semanas antes do pleito, e Moore insinua que os eleitores preferiram votar no morto. Moore só esquece de dizer que o partido indicou a viúva como nova candidata e que a Justiça aceitou que os votos dados ao morto seriam computados para ela: os eleitores não votaram num cadáver, desperdiçando o voto, mas na viúva. As cédulas, apenas por questão de tempo, não foram trocadas.

*O filme diz que Bush deu um mês de vantagem a Osama Bin Laden, pois os EUA não atacaram o Afeganistão imediatamente. Moore sonega dos espectadores a informação de que Bush passou um mês tentando obter sem sucesso o aval da ONU para a invasão. Cobravam-lhe a "prova cabal" do envolvimento de Bin Laden, que, numa entrevista, dissera que não era o autor dos ataques, embora os aplaudisse. Moore, na ocasião, disse que Bin Laden era inocente até prova em contrário, assim como muitos outros intelectuais, como Noam Chomsky. A invasão seria uma atrocidade, disseram. O curioso é que Moore manteve a opinião até o fim de 2002, quando fitas de vídeo achadas em Cabul já não deixavam dúvidas sobre o envolvimento de Bin Laden. Pouca gente se lembra, mas os EUA invadiram o Afeganistão sem autorização da Onu. Só foi "perdoado", porque as fitas se tornaram a tal prova cabal. Fez o mesmo com o Iraque, e é odiado por isso, pelas mesmas pessoas, porque as armas de destruição em massa não foram encontradas. Tivessem sido, e talvez Bush hoje fosse um herói.

*O filme diz textualmente que o Iraque jamais ameaçou os EUA ou assassinou americanos. Para qualquer um que acompanhe a política do Oriente Médio, isso chega a ser piada. O Iraque sempre acolheu terroristas como Abu Nidal, que matou americanos, sempre premiou as famílias dos homens-bombas palestinos com US$ 15 mil e, sempre, em discursos e entrevistas, fez ameaças espalhafatosas aos EUA. Imediatamente após o 11 de setembro, Saddam declarou que o ataque era o começo da grande revanche.

*O filme mostra cenas de civis iraquianos mortos ou feridos, mostrando chagas e ferimentos dantescos. A justificativa é mostrar os horrores da guerra e embute uma acusação às TVs americanas que não teriam exibido cenas semelhantes. Mas Moore esquece de dizer que as TVs americanas também não mostraram as cenas dantescas, de corpos mutilados, no atentado do WTC e do Pentágono. Imaginem o ódio a todos que se assemelhassem a árabes se as imagens tivessem sido reveladas. Numa e noutra ocasião, as TVs americanas tiveram uma mesma postura. Mas Moore esconde isso.

*O filme mostra uma cena em que Condoleezza Rice diz o seguinte: "Oh, de fato, há um laço entre o Iraque e o que aconteceu em 11 de setembro". Moore mostra essa única frase. Se mostrasse a declaração inteira teria deixado os espectadores saberem que Condoleezza na verdade quis dizer outra coisa. Leiam: "Oh, de fato, há um laço entre o Iraque e o que aconteceu em 11 de setembro. Não que Saddam Hussein ou seu regime de alguma maneira estejam envolvidos no 11 de setembro, mas se você pensa sobre o que provocou o 11 de setembro, é o surgimento de ideologias do ódio que faz as pessoas jogar aviões contra prédios em Nova York. É uma grande rede internacional de terroristas que está determinada a derrotar a liberdade. Isso perverteu o Islã. Uma religião pacífica numa que chama as pessoas para atos de violência. E estão todos ligados. O Iraque é um front central, porque , se e quando, nós mudarmos a natureza do Iraque para um lugar pacífico e democrático e próspero no coração do Oriente Médio, você vai começar a mudar todo o Oriente Médio".

*Também mentirosas as cenas em que Moore sai correndo atrás de congressistas para que alistem seus filhos na guerra. Alguns são mostrados correndo, quando, na verdade, deram longas entrevistas, como é o caso de Mark Kennedy. Fora isso, o levantamento está errado. Moore diz que apenas um congressista tem filho no Exército, quando na verdade são sete, dois no Iraque. Um número baixo, mas para que mentir? Moore também omite que o seu alvo predileto (depois de Bush), Jonh Ashcroft, tem um filho no exército.

O filme é esse lixo. Nossa imprensa, sem revelar as mentiras, foi mais ou menos unânime: "brilhante, mas faccioso", "histórico, mas tendencioso", "bem pesquisado, mas panfletário". Para mim, a adversativa não é um pequeno problema. Porque não se pode compactuar com a mentira e a empulhação. Sobretudo quando não é necessário mentir para ser anti-Bush ou anti-guerra. O filme desmerece os pacifistas que o aplaudem. E que continuarão a aplaudi-lo, a despeito de tudo. Porque vivemos tempos em que muita gente está cega e surda. Não quer ouvir nem ver a ameaça que nos cerca.

Ali Kamel

9 de agosto de 2004

Ilha das Flores

Vejam o curta metragem "Ilha das Flores", de 1989, obra do Diretor Jorge Furtado que ganhou os prêmios de Melhor Curta, Edição e Roteiro no festival de Gramado daquele ano, o Urso de Prata em Berlim em 1990 e o Prêmio Crítica e Público no Festival de Clermont-Ferrand em 1991.

Eu o assisti pela primeira vez nos cinemas brasileiros quando do seu lançamento, ou seja, há 15 anos. Nesta época as exibições de longa metragens eram obrigatoriamente (por Lei, se não me engano) precedidas por curta metragens nacionais. Uma tosca tentativa de incentivar a produção nacional...

Aviso, o filme é amador para os padrões dos filmes de hoje. Mas é muito contundente.

Ao final do curta em 1989, a sala de exibição cheia de adolescentes em que eu estava ficou muda de choque até mais ou menos um quarto da atração principal ter começado.

Eu não me lembro qual era a atração principal naquele dia, mas jamais esqueci o "Ilha das Flores".

Você vai precisar do Windows Media Player para vê-lo.

Deus existe sim, mas a caridade humana parece que não.

Já dizia Raul Seixas

A solução pro nosso povo eu vou dar
Negócio bom assim ninguém nunca viu
Tá tudo pronto aqui é só vir pegar
A solução é alugar o Brasil...


Sinceramente, mais e mais parece uma boa idéia.

Terceirizar! Os caras pagam aí as contas, administram e podem usufruir, a gente só quer ficar morando também.

Tem espaço.

Pra ninguém dizer que eu só falo de computador e desgraça...



Laa Laa (Teletubbies? Ei, eu tenho uma filha que assistia tá!), um raro filhote de macaco Langur Francês nasceu dia 06 de Julho.

(Já posso ouvir a mulherada dizendo "Ah, que fofo!"... SCORE!!!)

Pelo amor de Deus, crendice tem de ter limite...

Olha, eu não tenho nada contra quem acredita em duendes... Sério. Acho bacana a pessoar ter aquela ingenuidade infantil e não ter vergonha de propalar aos quatro ventos que acredita no invisível e no misterioso. Bonitinho... Principalmente se for mulher e gata.

Mas, vamos falar sério...

Acreditar que o Orkut vai ficar mais rápido se você mudar o país de Brasil para qualquer outra coisa é demais.

Eu tenho visto umas pessoas, que eu sei que estão no Brasil, com o país no Orkut marcado como "USA" e estava encafifado em porque estariam fazendo isso.

E aí me deparo com o desabafo do Cris Dias...

O orkut é lento porque é muita gente acessando um serviço com recursos limitados e que não tem fonte de renda para pagar pela expansão dos mesmos.

Ou porque o código é um lixo.

Mas, sinceramente, achar que existe um complô norte americano para tornar o Orkut mais lento para os Brasileiros é de uma ingenuidade descontrolada...

Todo mundo sabe que os complôs americanos se concentram em esconder os alienígenas de nós!!!

E talvez os duendes!

PS. E para quem não consegue compreender: o Orkut não é da Google. É um projeto pessoal de um funcionário da Google e que tem acesso a alguns parcos recursos da empresa (hosting). Só. Não confundam Orkut com tecnologia Google, por favor!

8 de agosto de 2004

Multiplos desktops no Mac, de graça e com código!

Uma das coisas que sempre gostei nos Windows Manager para o Linux é a capacidade de ter multiplos desktops virtuais e mover janelas entre eles.

Isso permite, por exemplo, que você tenha um desktop para navegar a internet, um para trabalho, um para e-mail... E assim vai. Uma organização de janelas que se torna viciante.

O Mac OS X, apesar de ser baseado no BSD OS (Unix), não tem essa funcionalidade.

Ou não tinha.

Via The Tao of Mac, do patrício Rui Carmo, achei o Desktop Manager, um projeto Open Source e gratuito para prover ao Mac OS X quantos desktop virtuais você quiser.

Acoplado ao Exposé, torna o OS X ainda mais gracioso!

Alguém conhece algo similar para o Windows?

6 de agosto de 2004

Brasil que maltrata a gente...

Com meus sogros visitando e sem falar inglês nenhum, acabo assistindo doses muito maiores de Globo Internacional do que seria saudável.

Estava assistindo o Jornal Nacional, coisa que tinha deixado de fazer por que me deprime profundamente, quando surgiu a noticia da menina de 12 anos em São Paulo que foi raptada e ficou em poder dos sequestradores por 70 dias. Libertada pela polícia, que matou os seqüestradores (não sei dizer com certeza, mas é possível que na frente dela) que guardavam o cativeiro, a menina foi entregue a família.

Qualquer um que more no Brasil dirá: "Que bom que tudo terminou bem!".

É isso que me incomoda.

O sequestro de uma menina de 12 anos deveria ser manchete de jornal TODO DIA até a menina ser encontrada, de preferência rapidamente e não ao cabo de 2 meses e pouco.

Um sequestro de qualquer pessoa deveria ser manchete TODO DIA. E não um número nas estatísticas, com uma notinha no jornal e manchetes quando a polícia liberta alguém do poder dos bandidos.

Porque, sabe-se lá, para um fim positivo quantos foram os fins trágicos.

Esses crimes já se tornaram tão corriqueiros e a frequência aumentou de tal forma, que os brasileiros nem percebem mais a gravidade do que se está noticiando. Estão anestesiados. Pensam, sem pensar, "Ainda não foi minha vez" - e a vida segue como dantes.

O Brasil maltrata não só os criminosos, jogados em cadeias que não reabilitam e tratados como animais dentro e fora delas; mas também os seus cidadãos honestos que contribuem com seus impostos.

Porque todos foram abandonados pelo Estado. Abandonados à própria sorte pelas entidades - municipal, estadual e federal - que remuneram com seus impostos e que nada fazem para protegê-los e guardá-los do crime organizado e amador que tomou conta do país inteiro. Porque se engana quem pensa que são problemas apenas do Rio de Janeiro e São Paulo. O país foi tomado!

Para quem já me lê há algum tempo, não há surpresa em ler tudo isto aqui - porque sabem que da mesma forma que eu conclui que o Brasil nos abandonou, eu abandonei o Brasil. Sem culpa, porque foi um abandono mútuo.

Mas é muito triste um país como o nosso, que tem todas as possibilidades naturais que sabemos bem, nós proibir até de sentir saudade dele.

Porque quando eu vejo que uma menina de 12 anos ficou nas mãos de bandidos por 70 dias, não posso deixar de pensar na minha filha. Pensar no desespero que os pais dessa menina devem ter sentido cada uma das 1680 horas que ficaram sem a filha, e no desespero que eu sentiria no lugar deles.

Não posso evitar sentir esse misto de raiva e medo. De revolta. Uma revolta que todo brasileiro de bem deveria sentir, mas não sente mais.

Porque é tudo parte do seu dia a dia.

E isso alimenta ainda mais a minha revolta. Porque permitiram que roubassem até a capacidade dos cidadãos se indignarem.

Mas esses crimes e esse abandono não fazem parte do meu dia a dia.

E a minha capacidade de indignação continua intacta, aliás foi aumentada por estar extraído da realidade cruel dos brasileiros que ficaram.

E aí qualquer saudade que eu pudesse pensar em sentir é suprimida pela certeza de que fiz a coisa certa ao abandonar quem me abandonou.

Nem eu nem os meus vamos ser maltratados pela inação do Estado Brasileiro.

Meus sinceros sentimentos aos que ficaram.

Em tempo: a família da menina recuperada não quer falar com a imprensa, mas mandou avisar que vai sair do país.

Alívio tributário, uma boa medida finalmente

O Joelmir Beting tem um bom artigo detalhando os principais pontos do pacote que o Governo Brasileiro está promulgando e que reduz a carga tributária e considerações pertinentes...

Num outro artigo, igualmente bom, ele comenda o passo positivo, mas deixa claro que o remorso confiscatório chega com 30 anos de atraso.

E, na minha modesta opinião, é pouco.

Sem dúvida um passo positivo.

Mas é muito pouco.

O bom humor gaiato carioca

Eu não nego que sou carioca de nascença e de coração... Torço mesmo descaradamente para que as coisas melhorem na minha cidade e acho ela a cidade mais bonita do Brasil.

Mas o que mais me espanta é a capacidade carioca de levar na flauta até a situação de terror generalizado que tomou conta da cidade.

Veja um exemplo neste trechinho da Coluna do Ancelmo Gois de O GLOBO:

Lula estava super bem-humorado, ontem, no canteiro de obras do Pan 2007, no Rio.

A várias pessoas, dizia assim: “Quer ir comigo ao jogo no Haiti? O próximo vai ser em Bagdá.” No que um carioca gaiato brincou:

— No Iraque, tudo bem. Quero ver fazer um em Vigário Geral...


Oportuno, engraçado, crítico... Absolutamente verdadeiro.

Viva o bom humor carioca!

E por falar em Flip-Flops...



- Inicialmente se opôs a comissão de 11 de Setembro
- Inicialmente se opôs a um Departamento de Homeland Security

===

Em tempo, eu não consegui achar uma tradução adequada pra flip-flop. Um flip-flopper é uma pessoa que muda de opinião de acordo com a maré de forma a tentar se beneficiar ao máximo de cada posição.

É uma das acusações que os Republicanos fazem ao candidato Democrata John Kerry, porque em diferentes momentos ele votou em matérias no Senado de forma diferente.

Na minha opinião, mudar de opinião sobre um assunto é sinal de que a pessoa pelo menos PENSA sobre o assunto.

Ninguém pode acusar o Bush de pensar, realmente.

Mais um motivo para detestar Bush e a curriola conservadora!!!

A Sharon Stone queria plantar um beijo na Halle Berry no filme Catwoman mas a direção do filme não quis.

Ela diz: "A Halle é tão bonita e eu queria beijá-la. Eu disse 'Como você pode ter nos duas num filme e não ter a gente se beijando? Que desperdício' ... 'É isso que você ganha por ter George Bush como Presidente.'"

Que pecado!!!

MALDITOS CONSERVADORES!

5 de agosto de 2004

O filme mais assustador

Pesquisadores ingleses concluiram através de uma fórmula matemática, que combina elementos de suspense, realismo, nojo e pitadas de choque; que o filme assustador perfeito é "O Iluminado" (The Shining).

A fórmula: (es+u+cs+t) squared + s + (tl+f)/2 + (a+dr+fs) / n + sin x - 1

Só para dizer para todos os que tentaram discordar de mim tantas vezes que...

EU TE DISSE, MAS EU BEM QUE TE DISSE, EU TE FALEI!!!!

Reclamem do Lula, com razão, mais saibam...

Podia ser muito pior...

"Nossos inimigos são inovadores e cheios de recursos, e nós também somos, ... Eles nunca param de pensar em novas formas de causar danos ao nosso país e nosso povo, e nem nós."

Não é erro de tradução meu não, e mais um Bushismo, como a imprensa norte americana chama as constantes besteiras que esse sujeito profere.

E a Casa Branca ainda quer convencer a população que "o presidente fala com clareza e convicção".

Convicção, tudo bem - ainda que as convicções sejam ruins - mas clareza?

Faça-me o favor!

Uma imagem vale



- Não, eu não posso tornar mais a prova de burros do que isso!

Moisés, o Editor.

The Boss rocks, e quer que o W. saia do poder! Palmas pra ele!

Deu na CNN: Springsteen disse a Associated Press que "estamos tentando criar um grupo com ideais progressistas e mudar a administração na Casa Branca".

Numa série de concertos sem precedentes em nove "swing states" (estados que podem definir as eleições), com mais de 20 atrações musicais, incluindo - além do Boss - Pearl Jam, John Mellencamp, as Dixie Chicks, Jurassic 5, Bonnie Raitt, Jackson Browne, Babyface, Bright Eyes e Dave Matthews Band.

O nome dos concertos?

VOTE POR MUDANÇA!

OH, YEAH!!!!

Não seria bom se no Brasil os artistas fossem ativistas políticos pela melhoria do país ao invés de fazer shows em benefício de quem quer que esteja no poder para arrecadar em comerciais bancados pelo governo ou patrocínios?

4 de agosto de 2004

Para quem achou que podia ser sério...

Então você achou que essas medidas extras de segurança em Wall Street eram baseadas em um perigo real e imediato?

HA!

A inteligência que gerou todo o quiprocó data de 2000 e 2001!!!

Movimento eleitoreiro ou o quê?

Esses caras não tem vergonha na cara...

3 de agosto de 2004

Semelhanças...



As incríveis semelhanças
Entre George W Bush, o homem que Deus escolheu para ser presidente dos EUA e Osama Bin Ladin, o homem que Deus escolheu para derrotar o grande satan

(Da esquerda para baixo e direita...)

- Ambos gostam de explodir coisas
- Ambos sabem que Deus está a seu lado
- Ambos nasceram de famílias poderosas
- Ambos se opõem ao casamento gay
- Ambos fazem negócios com seus amigos da Arábia Saudita
- Saddam Hussein não gostava de ambos
- Ambos não tocam em alcool desde que encontraram a religião
- Ambos são confiantes, decididos e nunca admitem ter errado
- Ambos querem o outro morto
- Ambos acreditam que o creacionismo deveria ser ensinado na escola
- Ambos se opoem ao controle de armas
- Ambos são ricos
- Ambos passam seu tempo livre no deserto
- Ambos se opoem a pesquisa com células tronco
- Ambos pronunciam a palavra "nuclear" errado
- Nenhum dos dois lê os jornais