29 de junho de 2006

A doação de Warren Buffet

O que dizer de um ato de caridade de $35 bilhões de dólares???

Claro que depende de em que o dinheiro for empregado. Mas a julgar pelos últimos investimentos da entidade filantrópica de Bill Gates, não há o que temer quanto a isso.

Eu não vou repetir aqui o que já foi dito por gente muito mais competente.

Só quero pensar alto uma coisa: mas e os filhos e a família dele???

Um reporter perguntou exatamente isso: Mr.Buffet, o que seus filhos fizeram de errado???

A resposta foi que nada. Só que ele não acredita em herdar sua posição na sociedade.

Que em outras palavras quer dizer "meus filhos tem de fazer a vida deles como eu fiz a minha".

Sinceramente, essa é pra mim a maior diferença entre brasileiros e americanos. Não sei se pra melhor ou pra pior, mas eu quero deixar minha filha nas melhores condições que eu conseguir. Claro que eu não vou chegar a 1 bilhão. Talvez eu chegue a 1 milhão, com dificuldade. Mas o fato é que se eu puder deixar TUDO pra ela, eu deixaria.

O Sr.Buffet está certo. Tem gente que precisa do dinheiro dele muito mais do que seus filhos, que em teoria tiveram todas as chances na vida e terão condições de se sustentar sem dificuldades. Eu não tenho dúvida que retornar toda a boa sorte e os frutos do trabalho dele à sociedade é o certo.

Mas e aí? O que é que torna a cultura deles capaz de reconhecer e aceitar essa verdade e torna a nossa (ou pelo menos o meu modelo mental da nossa) incapaz de fazê-lo???

Louvável? Sem dúvida.

Pra mim, incompreensível.

14 de junho de 2006

Uma frase de novela que define o Brasil...

"Estamos num circo? Nós estamos num circo, é isso? Então tá! Então vocês por favor chamem o elefante e o engolidor de fogo, porque o palhaço pula-pula já está se retirando! Ah, que absurdo!"


É isso que todos nós somos.

Um legião de palhaços pula-pula.

Defective Yeti

Eu começei a ler o Defective Yeti porque... bem... é como ver um acidente de carro. Uma vez que você enxerga o acidente, é difícil tirar os olhos dele...

Este post é um dos mais hilários. Talvez por causa da explicação do "punchline" ao final.

Muito bem escrito...

13 de junho de 2006

1 x 0

A imprensa americana começou a dizer que o Brasil "soluçou" na estréia.

Não acho - apesar de reconhecidamente não ser nenhuma autoridade no assunto. Acho que falta respeito com o time da Croácia. O time deles jogou bem, marcou bem, criou oportunidades. Se há um certo apagamento do brilho do time oponente diante da qualidade individual dos jogadores do Brasil? Pode até ser. Mas há que se reconhecer que o time deles era bom.

O Brasil criou oportunidades, tocou bem a bola, não jogou de salto alto. Foi uma boa apresentação.

Estão metendo o malho no Ronaldo, que realmente não jogou bem, mas o cara não treina a sabe-se lá quanto tempo. Tem de dar tempo a ele de se preparar durante a competição. O cara é bom e merece, no mínimo, respeito. Apesar do Robinho ser um grande jogador também...

Ronaldinho foi muito bem marcado.

Ah, e em tempo: eu posso entender pouco, mas o Galvão Bueno é um idiota. Com suas frases de efeito absolutamente dementes. Por exemplo:

- "Era a hora perfeita para um gol!"

Idiota.

12 de junho de 2006

Brasil, Portugal e EUA...

Não vou falar muito de copa do mundo aqui. Não é, realmente, minha praia essa coisa de futebol...

Mas copa é copa!!!

Hoje vi o patético primeiro tempo dos EUA contra os Tchecos (é assim que se escreve, tomara que sim!). O time dos EUA não tem malícia, não dribla, não desarma, tem um toque de bola mecânico, e - não obstante a 5a colocação do quadro da FIFA - dificilmente vai passar dessa rodada.

Ontem assisti o outro time que acompanho com atenção - Portugal.

O jogo dos portuguêses é muito melhor do que o que foi apresentado. Não posso explicar o que ví senão apelando pra frases feitas como "salto alto". Um time que não funcionou, no todo, como a soma de seus bons jogadores. Muito estranho.

Eu torço tanto pelos Portugueses quanto pelos Americanos, claro.

Por mim a copa teria na final Brasil e Portugal.

Com os EUA em terceiro...

10 de junho de 2006

Preconceito...

Que todo preconceito é burro, nenhum de nós discute, certo?

A coisa que mais me impressiona hoje em dia é a capacidade do ser humano de demonstrar preconceito quando está se manifestando contra... o preconceito.

Hein?

No Orkut as pessoas discutem esse vídeo, uma mensagem forte contra o preconceito, é fazem comentários negativos e abrangentes contra os portugueses. Aproveitam para estendê-los a todos os Europeus.

No dia a dia aqui nos EUA, os brasileiros metem o malho no mexicanos porquê "essa raça fica invadindo direto aqui e colocando o foco em cima de todos os imigrantes!".

A incapacidade das pessoas de compreender seu próprio preconceito é impressionante.

9 de junho de 2006

Os insuportáveis Powerpoints...

Eu tenho asco a todos esses powerpoints que as pessoas insistem em enviar. Todos eles. Não importa se são engraçados ou não. Não importa se tem fotos lindas ou não.

Asco.

Eles congestionam a internet, são enormes, poluem minha caixa postal de mensagens, e ainda usam um formato de arquivo que é proprietário da Microsoft. Mas o mais importante é que não servem pra porra nenhuma.

Mas o pior são aqueles que tem a intenção de trazer uma lição de vida.

Acabo de receber um assim... O mote é "Não se irrite com as pequenas coisas!"

O que me deixa puto é que o texto faz parecer que é coisa trivial. Que é só decidir não se aborrecer e pronto!

Eu, quero crer como todo ser humano, tento todos os dias, com esforço, ser uma pessoa melhor. Uma pessoa mais calma, mais tolerante, uma pessoa capaz de chegar ao fim do dia pensando "hoje foi um dia bom!" e chegar em casa satisfeito comigo, com a minha vida e com o meu semelhante.

Mas pra mim não é fácil. E eu tenho certeza que pra outras pessoas é ainda mais difícil do que para mim. E para outros deve ser muito mais fácil.

Por quê?

Porque cada pessoa tem seu nível de tolerância, tem sua capacidade de entender o próximo e de acatar os pequenos (ou grandes) revezes da vida.

Eu me ofendo com esses textos "lições de moral" porque eles menosprezam o meu esforço diário. Porque eu sei o quanto me custa e o quanto tempo levou pra chegar onde estou.

Se fosse fácil pra todo mundo, nenhum idiota estaria em algum lugar perdendo sei lá quantas horas do seu dia - provavelmente no seu horário de expediente - compondo uma porcaria de powerpoint para dar essa incrível lição de vida!

Lição de vida não se dá - se toma.

A gente aprende sozinho e com maior ou menor dificuldade. E um milhão de powerpoints, ou cinco milhões de e-mails, ou dez milhões de conversas não vão fazer nada pra acelerar o processo.

Porque cada um tem seu cada um.

Agora, por favor, me deixem em paz e parem de me mandar essas porcarias.

Não ajudam e me ofendem.

4 de junho de 2006

Da Vinci code

Fui assistir ao Da Vinci Code.

Já tinha lido o livro, impulsionado pelo "Anjos & Demônios", também do Dan Brown, e que é muito melhor que o livro fenômeno.

O filme é obsessivamente fiel ao livro - que na minha opinião já foi escrito pensando em algum tipo de produção visual - é... a palavra "lento" é o que me ocorre.

O livro tem um sentimento de urgência que o filme simplesmente não consegue transmitir. Aliás, o "Anjos & Demônios" tem essa urgência ainda mais presente - é um verdadeiro thriller.

Acho que talvez o filme seja a prova inconstestável de que um bom screenplay, mesmo que não guardando absoluta fidelidade ao texto original, pode ser uma grande vantagem.

Da Vinci Code, o filme, termina não sendo um thriller, termina não sendo uma aventura, termina não sendo...

Mas o que esperar de um livro que já não é tão bom?

Ainda se tivessem filmado "Anjos & Demônios"...