26 de dezembro de 2008

E minha sobrinha achou "maneiro!" eu ter um blog...

Finalmente eu consegui ser um tio "cool".

Só pra registrar...

Nintendo wii...

Finalmente eu capitulei e comprei um Nintendo Wii para a minha filha. Ela vinha pedindo a mais de um ano. E eu enrolando, na vã esperança de que algum jogo muito bacana fosse aparecer pro PS3 que me convencesse a comprá-lo apesar do preço que eu considero abusivo. Mas, nada me chamou a atenção, e comprei o Wii para ela.

Minhas suspeitas se confirmaram...

Não é um sistema dos mais agradáveis para jogadores acostumados com video-games. Os jogos são... infantis... os controles - ainda que engenhosos - não tem precisão... pra quem está acostumado a medir milimetricamente o próximo pulo ou próximo golpe num dos video-games do PS2 ou do PC, é uma decepção.

Minha filha de 10 anos gostou. Meu sobrinho de 7 anos, visitando-nos, também. Mas eu acho que o fator novidade vai se acabar muito rápido. E as crianças não vão ter mais interesse. O tempo dirá.

Um fator, meramente, torna o jogo atraente: minha esposa - que de gamer nunca teve nada - está jogando Wii tênis com a minha filha, meu sobrinho e meu cunhado. E jogando relativamente bem e se divertindo no processo.

O Wii é pra esse segmento da população: non-gamers. O público alvo é a pessoa que nunca realmente se interessou por ficar horas aprendendo trezentas combinações diferentes de botões e movimentos de alavanca, mas que agora meramente apontando um controle remoto pra tela ou o sacudindo pra lá e pra cá, tem condição de competir com o mais experiente gamer da casa - e até ter a chance (infinitesimal, porquê já peguei a manha dos controles) de ganhar as vezes.

1 de dezembro de 2008

Gerência e administração

O Joel Spolsky é um dos escritores sobre gerência de times técnicos de que mais gosto. Lendo seus artigos no Joel On Software, eu fico tentado a procurar emprego da FogCreek Software.

O mais recente artigo dele na revista Inc. é sobre liderança, gerência e administração. E é, em síntese, o que eu venho defendendo há anos: que a função mais importante da empresa deveria ser aquela que efetivamente produz algo, e não gerentes de nível médio ou alto.

Na última empresa que trabalhei - a empresa que me trouxe para os EUA e que não existe mais no seu formato do final dos anos 90, adquirida por uma empresa muito maior - a coisa funcionava assim: a gerência perguntava o que podia fazer para remover obstáculos para os engenheiros de software produzirem - e saia do caminho. A empresa tinha três princípios que guiavam a todos os funcionários:

  • Nós abraçamos os objetivos de nossos clientes
  • Nós confiamos e damos suporte ao julgamento individual
  • Nós somos responsáveis junto a e por um ao outro
Seguindo estes princípios, se eu julgasse que uma decisão de um gerente era incompatível com os objetivos de meu cliente (externo ou interno), eu tinha liberdade de modificar a decisão e de comunicar ao gerente o que havia feito. Era um ambiente extremamente pró-mérito. Quanto mais experiência com a minha capacidade de comunicação e técnica os gerentes tinham, menos eles se envolviam. Quanto mais experiência eu tinha com a capacidade de um gerente de tomar boas decisões ou prover sugestões úteis, mais peso a palavra dele tinha comigo. Não era um ambiente que alimentava pessoas que desejavam se encostar ou fazer um trabalho de qualquer maneira... Os técnicos e gerentes que não se adaptavam acabavam saindo por pura incompatibilidade com os princípios da empresa.

O que o artigo de Spolsky sugere é, na minha opinião, um passo além. Ele prega que gerentes deveriam realmente ser chamados de administradores, e serem encarados não como superiores hierárquicos aos "techies", mas como uma equipe de suporte que tem de conquistar a confiança do time técnico - talvez até mostrando serem capazes de fazer o que a equipe técnica faz. Claro, isso numa empresa onde os técnicos são os geradores do produto/serviço final.

Nas palavras dele, ele quer que a empresa dele seja
... um lugar onde autoridade e respeito são conquistados e não concedidos. Um lugar onde a gerência é meramente uma função administrativa - e nem mesmo particularmente glamorosa.
Se a maioria das empresas entendesse que é isso que os técnicos, principalmente os técnicos que estão produzindo o ganha-pão da empresa, mais querem; a qualidade dos produtos e serviços aumentaria vertiginosamente.

Vale a pena acompanhar o blog de Spolsky.