31 de maio de 2006

Como não motivar seus funcionários...

Dica para os gerentes de plantão:

Jamais sente-se frente a um funcionário e confesse que outro subordinado do mesmo nível não tem uma boa produtividade.

Se o funcionário com quem você estiver falando for como eu, a pergunta é inevitável:

- É? Então porque é que ele continua empregado?

A resposta provavelmente vai ser uma liturgia de desculpas. E, novamente, se o funcionário for como eu, ele vai ficar calado, olhando pra sua cara em absoluto silêncio.

Mas, saiba ó gerente, que toda e qualquer possibilidade de motivar este funcionário que não envolva um bom aumento na próxima revisão salarial está absolutamente perdida.

A facada vem aí...

29 de maio de 2006

Direitos humanos == Respeito a Lei

Eu escrevi o texto abaixo em resposta a uma pessoa que, numa das comunidades de brasileiros no exterior do Orkut, começou a repetir a velha máxima que os brasileiros de saco cheio da violência não cansam de repetir:

- Direitos humanos só valem pros bandidos!!!

Eu cansei de repetir a mesma coisa para qualquer pessoa que pergunta, então transcrevo aqui o que escrevi lá. Assim posso apontar as pessoas pra cá e pronto. Acho que vou imprimir um cartão com o endereço deste post... Vou precisar. ;-)

O texto:

'Essa coisa de dizer "que só os bandidos tem direitos" pode soar excelente e verdadeira, mas não resiste ao teste da realidade.

A realidade é que os direitos do cidadão comum deveriam ser protegidos pelo Estado, a quem pagamos impostos pra isso. Não deveria haver necessidade de proteger os direitos humanos do cidadão honesto, porque ele não deveria estar sujeito a perda dos seus direitos mais básicos e portanto ter seus direitos humanos postos em perigo.

Infelizmente, não é isso que acontece no Brasil...

Já os presos, que tiveram seus direitos caçados e estão (em teoria) pagando seu débito com a sociedade por infringir as Leis que ela instituiu; estão à mercê do Estado (em teoria). Quando o Estado abusa do seu poder, de qualquer forma que seja, e coloca a única coisa que lhes resta (ou deveria restar) - sua condição humana - em risco; cabe a sociedade exigir que o Estado respeite a Lei.

Claro, no Brasil a teoria não é praticada.

Negar aos criminosos o direito básico de não serem torturados ou executados, é tão criminoso quanto qualquer ato que o próprio bandido cometeu.

É um Estado que não respeita a Lei não pode gerar uma sociedade que respeita a Lei.

É assim o ciclo se perpetua... Nos bandidos que não são recuperados, nos políticos que não vão presos, na sensação de que todo mundo pode se dar bem e que a Lei é realmente opcional!

Respeito a Lei. Punições exemplares independente de classe social ou situação financeira.

E em paralelo a isso, educação.'

28 de maio de 2006

O homem-silêncio...

Numa viagem pra Atlanta, eu acabei lendo na Delta-Sky Magazine sobre Gordon Hempton e sua busca pelos sons naturais.

O web site dele - Sound Tracker - é um achado.

Claro que o cara está vendendo os sons. Claro que não é barato. Mas o lance é o seguinte: aonde mais você vai encontrar este tipo de produto???

Para ouvir enquanto programa?

Perfeito!

PS. Toda a coleção dele está disponível na iTunes Music Store. Mais barato que comprar o CD... :-)

27 de maio de 2006

Terceirização explicada...

Sabe, é impressionante a imcompetência generalizada no mundo dos negócios - no mundo inteiro. Notícias como esta não me surpreendem, só me fazem rir...

Basicamente, a Sprint/Nextel está reclamando que o contrato de terceirização com a IBM não gerou economia nenhuma - pior, gerou prejuízo!!!

O problema é da terceirização? Ou do que esperam dela?

Fui consultor por muitos anos. De certa forma, continuo atuando como um ainda que empregado pela empresa que usa os meus serviços - porque ajo como um. E em todos esses anos nunca vi um processo de terceirização que acabasse em felicidade por parte do cliente. Não posso, por uma questão até de respeito a confiança que foi depositada em mim pelas empresas que usaram meus serviços, discutir casos individuais. Mas passei por alguns e com empresas diferentes: EDS, IBM, Arthur-Andersen (que virou Accenture), dentre outras.

Terceirização como alguns dos meus clientes fizeram não vai funcionar NUNCA. Me refiro a empresa, como a Sprint/Nextel neste caso, que entrega seus funcionários a IBM e espera que a produtividade aumente ou que os prejuízos sumam. Vamos deixar uma coisa bem clara: se o Jairzinho não estava produzindo quando trabalhava pra você, por quê você acha que ele vai produzir trabalhando pra consultoria??? Se o Joquinha era incompentente sob sua direção, da onde vai surgir a sabedoria e competência que ele vai empregar agora que trabalha pra você via outra empresa??? E mais - aqueles funcionários competentes e dedicados que você tinha? Eles agora estão mais preocupados em preparar curriculos e procurar empregos, porque o vínculo de lealdade acabou quando você foi desleal com eles - é uma via de duas mãos, sabe?

O outro estilo, a terceirização de posições que não existem tem a possibilidade de dar certo - se a empresa contratante usar o cérebro e usar os consultores para o que eles são mais adequados...

Um consultor tem um "vantage-point" único - ele não está envolvido com o dia a dia dos funcionários comuns e, os bons, não se sentem influenciados por manipulações políticas típicas de grandes empresas. Eles podem apresentar opiniões únicas, que eludem funcionários comuns, se isso for permitido. A ótica deles é diferente da ótica do sujeito que precisa defender o salário no fim do mês.

Podar o consultor de apresentar esse ponto de vista único e restringí-lo a mais um "worker-bee" é desperdício de dinheiro! O bom consultor deve ser ouvido e estimulado a falar. Balançar as estruturas da empresa!

Claro, existem também os consultores que só podem ser "worker-bees". E esses são os que as grandes empresas de consultoriam gostam de contratar... Não balançam o barco, continuam sugando as empresas clientes, não fazem barulho... Praticamente mais um funcionário da contratante.

Até o dia que a empresa contratante repara que, ainda que um pouco mais caro, seria bom trazer "sangue-novo" para a empresa. E ou oferecem a vaga para o consultor "worker-bee" (e o que conseguiram com isso, eu sinceramente não sei!) ou removem o consultor assim que contratam um indivíduo.

Claro, um gerente de grande empresa depois de uma cagada como essa da Sprint/Nextel sempre poderá dizer: "Mas como eu poderia imaginar que a <insira grande nome do mercado de consultoria aqui> faria isso?"

Mas aí eu começo a falar do despreparo dos gerentes, e isso é outro assunto...

20 de maio de 2006

Chegou meu MacBook

Chegou "meu" Apple MacBook. O "meu" entre áspas é porque ele realmente é propriedade da empresa. Mas efetivamente fica comigo 24x7.

Steve Jobs, o C.E.O. da Apple, disse nesta entrevista com a CNBC e eu concordo: "O Mac é a melhor experiência computacional hoje".

Eu já tenho um Powerbook, a versão PowerPC do modelo de 15'' do atual MacBook Pro. O notebook que recebi é a versão "low-end", o MacBook.

Impressões:

a) Como todo produto Apple, o notebook é sólido. Não é como os notebooks da Dell ou da Toshiba, que parecem ser feitos de um plástico vagabundo.

b) A cor branca da carcaça não é a cor do interior. O interior é de um cinza-alvo, com teclas brancas.

c) O som dos auto-falantes não é tão bom ou tão potente com o do meu Powerbook.

d) O teclado tem uma aparência estranha - me lembrou quando vi o teclado to TK-85!!!! Fiquei apavorado! - mas a sensação é de um teclado comum. Levei 5 minutos pra me adaptar ao espaçamento das teclas.

e) O monitor é reflexivo (tecnicamente, glossy). A imagem é linda, mas ele reflete a luz como louco. Não me incomodou muito até agora, mas eu posso imaginar estar num ambiente com iluminação forte e ter problemas com reflexos...

f) O novo track-pad é excelente! O fato de eu poder usar dois dedos para fazer scrolling e transformar o botão em right-click, já se tornaram uma segunda natureza. A única coisa que ele não satisfez foi meu interesse em programar os cantos do trackpad em shortcuts para o éxpose. Sempre há o Sidetrack...

De resto a experiência é o que se espera de um Apple.

Eu vou precisar de mais memória, e o fato de o equipamento vir com dois módulos de 256 ao invés de um de 512 é irritante - uma clara tentativa da Apple de forçar os usuários a comprarem memória com eles (a preços muito mais altos que o mercado). Os 512Mb devem ser suficiente para usuários de "dia-a-dia".

Tá com US$1100 sobrando? Vale a pena...

16 de maio de 2006

Saiu o Macbook!!!

Os novos Macbooks da Apple são o meu mais novo sonho de consumo...

Peraí...

Ah é. Meu chefe pediu um pra mim hoje. Para eu trabalhar remoto quando for preciso.

Chega em 10 dias.

OH YEAH!!!!!

14 de maio de 2006

Como reagir?

São Paulo está nas manchetes...

Pra resumir: virou o Rio.

Não vou aqui ficar reportando o que você pode ler absolutamente em qualquer lugar... Só queria chamar a atenção para um artigo interessante:

Combate à violência depende de mobilização civil e nacional, diz Gregori

Gregori é o ex-ministro da Justiça de FHC. O que violenta o meu cérebro no artigo é a seguinte opinião:

"No Brasil, 40% da violência é alimentada pelas classes média e alta, que consome drogas e faz prosperar o mercado do narcotráfico..."

Eu tenho tantos questionamentos...

a) Da onde sai a figura de 40%? O Sr.Gregori ou algum dos outros políticos que defendem esta tese tem feitos pesquisas de "Boca de Boca" (vou registrar este termo) ou recebem as estatísticas dos traficantes??? Porque não 80%???

b) O Estado Brasileiro e os estados membros da nação não coletam impostos para, dentre outras coisas, garantir segurança à população?

c) Não é o Estado e os governos que o regem que definem a forma do combate a criminalidade e violência??? O que esse senhor fez quando esteve no Poder? Ou devo assumir que o que acontece hoje em SP começou hoje?

d) Os presídios não são responsabilidade do mesmo Estado e seu objetivo não é punir os criminosos com a perda da liberdade por conta dos crimes que eles cometeram? E se eles não criam a oportunidade de uma recuperação ou possibilidade de reintegração, a culpa é do preso? Ou será, novamente, porque a classe média consome drogas?

Eu acho que a sociedade já vem há muitos anos sinalizando e apontando para o fato de que algo tem de ser feito. A necessidade de mudança é tanta que o atual presidente foi eleito com a esperança de que algo fosse ser feito para mudar os rumos do país.

Mas os governantes nada fazem. Por inércia. Ou porque estão mais ocupados destinando verbas para ambulâncias super-faturadas ou algum outro tipo de trambique...

Me parece que o Estado (na figura dos governos) é que não cumpre sua parte no contrato social. Contrato que reza que o cidadão paga impostos para ter serviços básicos em retorno. Cadê? Nem segurança, nem educação, nem saúde, nem nada de qualidade.

Mas vários membros da máfia política (me recuso a dizer classe política quando falando do Brasil) vem vindo a público para tentar inverter a equação.

A culpa é dos usuários de drogas. A culpa é da classe média e alta.

Não quero inverter a lei de causa e efeito. É claro que se ninguém consumisse drogas ilegais a máfia das drogas não existiria... Isso não quer dizer que não haveria crime organizado...

Iriam acabar os seqüestros? Ou os roubos seguidos de morte? Isso iria acabar com os presídios cheios? Ou outros tipos de organizações criminosas organizadas?

Sem falar que eliminar o consumo de drogas é uma meta inatingível. Que país do mundo não tem usuários?

Agora na TV, cada político, de cada partido, tem uma solução diferente para SP. Algumas risíveis, outras identificando o óbvio.

E a população continua perdida no meio a guerra civil que se vive no Brasil hoje. E que já vem de algum tempo, como eu pude constatar há mais de 7 anos, quando me joguei no chão de uma banca de jornal no centro da cidade para escapar de uma troca de tiros entre policiais e assaltantes de banco.

Que o Estado cumpra o seu papel!

PS. Não que eu esteja me deleitando com o caos em SP. Quem pode achar bonito uma criança de 5 anos que perde o pai, bombeiro, para um tiroteio covarde com criminosos? Mas não consigo parar de pensar na multidão de empresas que desertou do Rio de Janeiro para São Paulo por causa da violência... Será que continuam se sentindo seguras agora? O problema da violência não é do Rio. Ou de São Paulo. Ou do Espírito Santo (com seus esquadrões da morte). Ou do Acre. É do País. Vocês podem fugir, mas não podem se esconder. Pelo menos não dentro do Brasil...

Além do Cidadão Kane

O vídeo, já antigo, da BBC de Londres sobre a TV Globo e sua relação com o poder no Brasil é interessante como documento histórico...

Como crítica, tem de ser posta em perspectiva...

Basicamente eles identificam a realidade das organizações Globo: uma empresa bem sucedida, firmemente governista (independente de quem está no poder) porque é do vínculo com o poder que vem boa parte do seu sucesso; e que manipulou a opinião pública em diversas oportunidades em interesse próprio.

Não discordo de nada.

Mas que empresa faria qualquer coisa diferente?

A Globo existe com o objetivo de remunerar seus proprietários - assim como a padaria lá da esquina. O dono da padaria vai buscar qualquer tipo de vantagem competitiva que puder. No mundo inteiro é assim. E onde não é, existem outros problemas...

A Globo tem um poder extremo de penetração (criado e pago pelo Estado), sabe disso, e o usa muito bem. Sem competição - e essa é parte do problema.

A outra parte componente do problema é a audiência...

"Hein? Você vai culpar a audiência?"

Não. Eu disse que a audiência é a outra parte componente do problema.

A base do problema é educação. Um público deseducado não tem condição de identificar manipulações ou formar opiniões independentes daquilo que é apresentado. E a maior parte do público brasileiro não tem educação de qualidade disponível.

Até porque não interessa a quem poderia garantir este educação...

Uma massa deseducada garante que as eleições e os interesses de quem já está no poder e quem já está no topo da pirâmide, se perpetuem.

Corrigir somente o monopólio e não corrigir a deseducação não vai resolver.

E a deseducação, sejamos conscientes, não será corrigida.

Porquê não interessa a ninguém...

Plim-plim.

12 de maio de 2006

Uma última sobre a Bolívia

Claro que eu entendo que podemos ser mansos e conseguirmos tudo que quisermos nas negociações.

Eu faço isso todos os dias com clientes. Eles gritam, esperneiam, reclamam, resmungam... E no final eu consigo que eles façam exatamente o que é necessário para as coisas progredirem da melhor (as vezes única) maneira possível.

Se for esse o caminho do Brasil nessas negociações: deixar eles gritarem bastante e darem show, enquanto nós negociamos o que for melhor pra nós. Perfeito.

Mas mesmo assim, as vezes a gente é obrigado a dar um trava no interlocutor e dizer, com boa educação:

"Fala baixinho, por favor..."

Evo Morales e Acre...

Duas coisas me passaram pela cabeça quando Evo Morales afirmou que o Acre havia sido dado ao Brasil em troca de um cavalo:

a) Tudo isso? Uau!

b) Uma coisa é ser um país de orientação neutra no cenário internacional, outra é ser uma república de bananas.

Eu acho até louvável o Brasil se conter, visto que se trata de um dos mais pobres países da América Latina. Mas acho também que tudo tem limite.

É a coisa do "você dá a mão e eles querem o braço".

Alguém tem de chegar pro Morales, com toda a educação como é nosso hábito na diplomacia internacional, e dizer com clareza: "Olha, direito seu querer aumento de preço pro seu recurso natural, direito seu querer o que é melhor pro seu povo, tamos aí pra ajudar - sem problemas. Mas o negócio é o seguinte: se continuar a palhaçada a nossa boa vontade acaba. Se nossa boa vontade acabar, sinceramente, não vai ser legal pra Bolívia."

Gás nós também temos. Vamos coloca-lo em dutos. Vai custar uma fortuna, mas nós acabamos com a dependência e vocês vendem seu gás pra outro.

Não querem madeireiras brasileiras na fronteira e não querem empresas brasileiras na Bolívia? Tudo bem. Para cada empresa brasileira legalizada expulsa, nós vamos expulsar duas empresas Bolivianas de porte similar do Brasil; e empresário boliviano nenhum faz mais negócios no nosso país.

E na pior das hipóteses, se vocês estiverem interessados em contestar a fronteira do Acre... Sempre temos de lembra-los que nós somos um pouquinho maiores - inclusive militarmente - que vocês.

Se bem que, sinceramente, por mim - podem levar o Acre de volta...

Mas devolvam o cavalo.

EM TEMPO: Nada contra a Bolívia ou os bolivianos. Desde que eles observem os contratos e as leis internacionais, eles tem direito de se manifestar e tentar mudar seus destinos tanto quanto nós mesmos. Mas um pouco de civilidade e respeito é bom, e nós gostamos.

EM TEMPO 2: Eu sei que o Acre não foi recebido em troca de um cavalo. Leia isso.

EM TEMPO 3: É triste a gente constatar que até no terreno da diplomacia internacional, somos uma republiqueta e nos fazem de gato e sapato.

3 de maio de 2006

As propagandas da Apple...

As novas propagandas da Apple tentando vender os Macs como muito superiores aos PCs.

As propagandas são criativas, interessantes e engraçadas. Memoráveis.

E, ainda que estejam exagerando no dourar da pílula, o Mac - na minha opinião - se tornou uma opção ainda mais interessante agora com os chips Intel.

Não vou falar...

... da greve de fome. É dar ao indivíduo exatamente o que ele quer - espaço e publicidade.

Só direi o que já comentei no blog do companheiro Indignado:

"Pena que ele é gordo demais e vai demorar a morrer..."