7 de novembro de 2007

Leopard

Instalei o Mac OS X 10.5 (Leopard) no computador do trabalho, no meu notebook em casa, no notebook da minha esposa e no Mac mini da minha filha.

Nos três primeiros simplesmente fiz o update. No último eu reinstalei tudo do zero porque foi uma máquina que me deram ("vender vai dar muito trabalho, eu ia jogar fora, toma pra você...", OBA!) e eu estava já há algum tempo para instalar uma versão limpa, do zero.

Vi muita gente, inclusive no trabalho, reclamando que fazer o upgrade quebrou isso ou aquilo. Comigo funcionou 100%.

A única coisa que, ao que parece, eu fiz de diferente foi desativar todo e qualquer driver ou softwares de terceiros (não Apple) ANTES de rodar a instalação.

Gostei muito do Spaces - melhor do que o VirtueDesktops que eu usava antes. Gostei do fato do Terminal agora permitir tabs (eu sempre tinha várias janelas abertas, agora são todas tabs). Ainda não testei o Time Machine, mas é questão de tempo. Não vou me meter a fazer uma análise detalhada porque tem centenas na internet. Se você quiser detalhes, é só falar.

Ao contrário de outros sistemas operacionais que permanecerão sem menção, é um passo a frente para usuários.

16 de outubro de 2007

Justificando o injustificável...

Então os usuários do seu sistema reclamam que gostariam de ter um atalho pra clientes importantes. Eles querem um mnemônico qualquer que possam usar pra se referir a certos clients de forma curta - ao invés de usarem nome e sobrenome.

Você:

a) Cria um código de cliente independente da chave primária, que guarde alguma relação com o nome do cliente - por exemplo: primeira letra do primeiro nome, primeira letra do último nome e um sequencial.

b) Cria um código de cliente e usa como chave primária, mas continua guardando alguma relação entre o código e o nome do cliente.

c) Cria um código de cliente que randomiza três letras e três dígitos, de forma que não a nada a lhe lembrar que ZBY111 é o cliente "João Manuel Exemplo", e usa o campo como chave primária. Pra completar você cria a chave primária clustered.

d) Diz pra eles usarem a chave primária numérica auto-gerada e pararem de encher o saco.

Se você respondeu c) ou d), parabéns! Você pode vir trabalhar como DBA/Desenvolvedor (sim, ambos) aqui na empresa.

Se você respondeu b) você pode até conseguir trabalhar aqui, mas vai ser taxado de esquisito...

E se você respondeu a)... me arruma um emprego?

Barón Rojo...

Que surpresa encontrar um grupo espanhol chamado "Barón Rojo". Diferente do nosso Barão Vermelho - que se concentra numa coisa pop/blues e se beneficia da voz e presença do Frejat pra ambos os estilos - o Barón Rojo é uma coisa mais metal, rock n' roll na veia.

Descobri o Barón Rojo via Pandora Radio depois que adicionei uma banda chamada Mägo de Oz - também da Espanha - por indicação da exchange student de Madrid que ficou lá em casa um mês. Valeu Ana!

Boa música não tem fronteiras...

10 de outubro de 2007

Surpresas do SQL Server...

Hoje, no SQL Server 2005, executei duas queries (nomes de tabelas e campos modificados por motivos óbvios):

select name from schema.table where name = 'blah'

e

select name from schema.table where name = 'BLAH'

E para a minha surpresa ambas retornaram:

name
-------------
blah

1 Row(s) returned

Eu esperava que a segunda query retornasse ZERO linhas. Em DB2 esse seria o caso. Em Oracle esse seria o caso. Em Informix esse serie o caso. Em MySQL esse seria o caso. Acho - apesar de ter trabalhado muito pouco com ele - que até em Sybase esse seria o caso.

E mais, se há uma "unique constraint" definida sobre o campo em questão e tentarmos:

insert into schema.table (name) values ('BLAH')

A constraint previne o insert.

Nenhum outro banco de dados que eu conheça ignora a capitalização dos dados sendo selecionados ou inseridos.

A solução parece ser em usar uma "collation" diferente da default que não seja "case insensitive". O problema aí é como definir essa "collation". Só existem, pelo que entendi, três maneiras:

a) Modificar a "collation" default da instalação da instância
b) Modificar a "collation" default do banco em questão
c) Modificar a "collation" de cada coluna desejada

O problema de a) e b), na minha opinião e de acordo com os meus testes, é que a "collation" afeta também o nome dos objetos no banco. Portanto ao adotar uma "collation" que não ignore capitalização, veja o que acontece:

create table schema.table (name varchar(15)...);

SELECT * FROM schema.table;

SELECT * FROM SCHEMA.TABLE;

A primeira cláusula SELECT funciona corretamente. A segunda retorna com erro: não existe objeto SCHEMA.TABLE.

Exatamente: a capitalização seus comandos DML vão ter de obedecer a capitalização que você usou ao criar seus objetos com DDL. Se você criou "schema.table" (tudo em minúsculas) você terá de se referir ao objeto sempre em minúsculas...

Ai.

Ao que parece, a solução é definir a "collation" a nível de coluna - o que só parece afetar os dados residentes na coluna, ótimo.

Só que é um trabalho danado. Agora pra cada coluna que formos criar temos de pensar se ela pode ficar no modo default ("ignore case") ou se precisamos redefinir a "collation". Sem contar que como estamos migrando várias tabelas de DB2 pra SQL Server 2005, temos de olhar cada uma das tabelas sendo migradas e decidir o que fazer com cada uma das tabelas.

A não ser que eu tenha entendido mal alguma coisa...

Algum gênio de SQL Server por aí?

2 de outubro de 2007

Coolbiz, redefinindo a moda profissional no Japão

Ouvido no rádio esta manhã a caminho do trabalho, a surpreendente história de que os Japoneses estão mudando a forma de se vestir para economizar energia.

Eu nunca entendi porque num país como o nosso, onde apenas no extremo sul - e mesmo assim apenas em certas épocas do ano - temperaturas justificam um código de vestimenta mais pesado, nós insistimos em nos vestir com camadas e camadas de roupa.

Confesso que nunca fiz a ligação do custo energético (e, portanto, monetário e ambiental) de refrigeração para que continuemos alegremente usando ternos e gravatas.

Pois é: os japoneses fizeram.

Trabalho pra uma empresa na Flórida. O código de vestimenta é casual ao extremo e a maioria dos homens trabalha de bermudas. Mulheres se vestem de forma casual também. Sim, existem indivíduos que exageram e aparecem no trabalho praticamente descalços e vestidos como pedintes. A estes é feita uma correção de conduta.

O que é mais importante? Apresentação pessoal ou conforto e economia de energia (e de dinheiro e de impacto ambiental)?

O Brasil podia seguir os bons exemplos pra variar...

1 de outubro de 2007

Dólar a R$ 1,81

O terror nunca vai acabar?!?!?

;-)

30 de setembro de 2007

Incapacidade de comunicação...

Recentemente o Presidente dos EUA, enquanto discursava sobre educação e cercado de crianças, se saiu com essa:

... childrens do learn when standards are high ...

É difícil inventar uma coisa assim.

Claro, o Jon Stewart caiu em cima e fez muita graça.

Sinceramente, como estrangeiro morando nos EUA, é a glória ver um americano numa posição tão importante cometer erros grosseiros como este.

Veja, eu cometo erros também. Todo mundo comete. E tenho certeza que alguns dos meus erros, sendo o inglês minha segunda língua, podem até ser mais grosseiros.

Mas tenho certeza que não erro o plural das palavras mais simples na minha língua nativa.

28 de setembro de 2007

Dr. Who - Blink

Sou fã do Doctor Who.

Meus detratores dirão que a série é pobre de efeitos especiais, que as histórias são simplisticas e que o fato do Doutor ser esse paladino que salva os humanos de alienígenas e - muitas vezes - de si próprios e até um tanto ofensivo.

Balelas! Sim, alguns episódios são melhores e outros são piores.

Apresento a você o melhor que já vi desde que começei a acompanhar a série:

Blink

The angels have the phone box...

Apreciem!

PS. Pra quem não sabe quem ou o quê é o Doctor Who, sugiro a leitura de http://pt.wikipedia.org/wiki/Doctor_Who

25 de setembro de 2007

E a Microsoft anucia os preços do Office 2008 para Macs...

Nenhuma supresa, pelo menos pra mim, que o Office 2008:Mac seja mais barato que sua contraparte no mundo windows.

Nem a versão de upgrade do Office:2007 para Windows custa os $150 que eles dizem ser o preço inicial da versão para Macs.

Porque a diferença de preço?

Simples: no Mac o pacote iWork da Apple custa $79 (ou $99 para até 5 computadores da mesma casa) e faz tudo que o Office faz - e mais. E com uma interface decente e (semi-) compatibilidade com os formatos da própria Microsoft.

Competição é uma boa coisa.

Uma pena que o OpenOffice não tenha alcançado o nível de usabilidade que as pessoas esperam de um processador de textos. Eu uso o OpenOffice (na verdade o NeoOffice, que é o port para Macs do OpenOffice) e sinceramente prefiro a planilha deles do que o Excel. Mas o editor de textos, infelizmente, nunca me convenceu.

E daí? Vale a pena comprar o Office pra Mac?

Se você precisa de compatibilidade absoluta e sem nenhum tipo de variação com o formato da Microsoft - isto é, se você troca documentos constantemente com usuários de Office no Windows ou no Mac; talvez sim.

Eu vou ficando com o iWork.

Não que eu não ache que seria ótimo se a Apple implementasse suporte ao formato Open Document em sua aplicação. Seria excelente.

23 de setembro de 2007

Profissionalismo e o ambiente corporativo...

Na empresa onde trabalho, estamos transferindo nossa estrutura de banco de dados de DB2 em Linux para SQL Server 2005. O motivo é a adoção de um software de CRM (Customer Relationship Management) que só funciona com SQL Server ou Oracle. É o melhor sistema de CRM para as necessidades da empresa e nós não temos nenhum bom motivo para estarmos casados com o DB2.

Sou um desenvolvedor. Na verdade, sou um analista de negócios que desenvolve relativamente bem - não sou capaz de criar um sistema operacional ou jogos em 3D (sinceramente, também não tenho interesse) mas traduzo bem as necessidades de empresas para software, em diversas linguagens de programação. O que faço bem mesmo é entender as necessidades efetivas da empresa. É mais difícil do que parece.

Não sou, definitivamente, um DBA. Até já trabalhei como DA (Data Analyst), portanto sei fazer modelagem de dados e conheço os conceitos de banco de dados relativamente bem. As circunstâncias nesse emprego atual me levaram a ser o backup do DBA da empresa. Se ele não está, por qualquer motivo, o DBA sou eu.

Como explicar que eu acabei sendo o cara que teve de converter todas as nossas estruturas em DB2 (tabelas, views, procedures, funções, triggers, etc) para T-SQL do SQL Server 2005? E o DBA acabou a cargo de tranferir os dados?

Como explicar que em 3 semanas eu converti todas as estrutras nos 4 bancos de produção, e agora estou escrevendo unit tests para que possamos garantir que, principalmente no caso dos triggers que sofreram uma mudança radical pela diferente maneira com que eles funcionam no SQL Server 2005, tudo funciona como funcionava no DB2; enquanto nosso DBA ainda não conseguiu transferir os dados de um banco pro outro?

Esse é o mesmo DBA que até antes de eu ser contratado ano e meio atrás, não entendia qual era a vantagem/necessidade de chaves surrogadas ou mesmo chaves primárias. E como não existiam chaves primárias, não havia integridade referencial. Ele - que agora insiste que normalização é fundamental mesmo quando não é - levou UM ANO convertendo as estruturas de Informix para DB2.

Um ano versus 3 semanas. 260 dias úteis contra 15 dias úteis. E eu converti mais estruturas que ele e a conversão foi mais complicada pela mudança de paradigma dos triggers (passamos de 160 triggers para 50).

Como uma pessoa dessa pode se manter por quase 15 anos empregado na mesma empresa???

Veja, meu julgamento aqui é meramente técnico. Eu não desgosto do cara. Não tenho nada contra ele como indivíduo, como pessoa. Meu problema é profissional.

Eu posso até não ser - como não sou - o topo de linha na minha área. Mas já que me propus a exercer a profissão, o mínimo que eu espero de mim mesmo é carregar meu próprio peso e fazer jus ao que me pagam.

Eu nunca aceitei emprego onde eu não pudesse carregar meu peso. E em mais de uma entrevista eu parei o entrevistador e disse: "Você está conversando com a pessoa errada. Se precisar eu te indico a pessoa certa...".

Tudo bem, eu entendo por experiência própria que o efeito Dunning-Kruger é uma realidade. O indivíduo não reconhece a própria incompetência, OK.

Mas porque a empresa se submete - e por tabela submete os outros funcionários - a presença e subsídio de um colaborador que não colabora e que na verdade acaba criando entraves ao bom desempenho da equipe???

É completamente irracional. E eu já vi acontecendo no Brasil e nos EUA. Vou arriscar dizer - e tenho noção que posso estar errado, mas duvido - que acontece no mundo inteiro.

É a pergunta da semana pra vocês pensarem: como é que pessoas incompetentes conseguem continuar empregadas sem serem pressionadas pra se tornar minimamente mais compententes?

PS. Sobre "o indivíduo ou indivídua (sic) ter família" e/ou sobre "todo mundo precisar de um emprego": isso não torna ainda mais importante que os mesmos sejam informados que precisam de treinamento e que precisam mostrar real habilidade na profissão que escolheram? E meu contraponto de sempre: e a moral dos profissionais que se esmeram em exercer a profissão de forma adequada?

21 de setembro de 2007

Sexta-feira ruim...

Vamos deixar claro: copiar e colar um texto de uma página que você achou no Google não vai me convencer que você sabe do que está falando...

E se quando eu acostar você e fizer perguntas naturais, e até mesmo óbvias, e você não tiver respostas; não se surpreenda se eu perguntar "Você realmente só fez uma pesquisa no google e copiou e colou a página? Da próxima vez me manda o link. Ou melhor: diga que não sabe e eu mesmo pesquiso..."

Tremendamente triste um profissional tentar passar parte de um blog que ele achou como texto de próprio punho.

14 de setembro de 2007

iWork'08

Gostei bastante do iWork'08. Minhas notas:

a) Não posso falar absolutamente NADA do Keynote. Eu simplesmente evito a todo custo ter de compor apresentações. Se preciso for, elimino com brutalidade a pessoa que me pedir a apresentação.

b) Pages'08 é uma evolução boa do Pages'06. O modo de editor de texto colocou o programa mais perto do meu uso normal do que eu esperava. E me dá um controle de layout intuitivo que eu não tinha (por absoluta ignorância, tenho certeza) no Microsoft Word.

c) Numbers é uma surpresa. É difícil até de classificar. Sim, é uma planilha de calculo. Mas é uma cria de planilha com programa de layout. O fato de você poder colocar várias "sheets" numa mesma página e interoperar entre elas é interessante. Algumas coisas me irritam, a saber:

c.1) O export pra Excel tem uma mania chata de incluir uma página de "Table of Contents" dizendo que a planilha foi exportada do Pages. Neste blog deram a solução que se resume a um comando executado no terminal:

defaults write com.apple.iWork.Numbers EEDropTableOfContents -bool TRUE

c.2) O programa podia ser mais orientado ao teclado. Estou acostumado a criar uma formula em todas as outras planilhas da seguinte forma: pressiono o sinal de igual, e uso as setas pra ir até a primeira célula que desejo incluir na formula, digito o operador e uso as setas pra ir ate a segunda célula que desejo incluir na formula... E assim por diante. No Numbers, quando aperto o sinal de igual, um mini-popup sai da planilha. Tentar navegar as celulas da planilha usando as setas resulta em você se mover no texto da formula. Ou seja: seleção de células integrantes da formula só via mouse. Péssimo.

Tenho certeza que ainda vou me surpreender positivamente com alguns aspectos e negativamente com outros. É assim mesmo.

O importante é que o pacote família custa $99 e os programas atendem as minhas necessidades, admitidamente tímidas, para edição de textos e planilhas.

13 de setembro de 2007

Renan, Vergonha no Senado... Tudo besteira...

Vamos falar de coisas importantes!

Faleceu o Pedro de Lara...

O programa de calouros e o programa do Bozo eram muito mais sérios que todo o aparato do Estado Brasileiro - legislativo, executivo e judiciário.

Adeus Pedro...

9 de setembro de 2007

Monster Brasil

E o Monster - o site de empregos mais conhecido dos EUA (e talvez do mundo com operações semi-independentes em vários países) - abriu sua filial no Brasil.

Eu me dei ao trabalho de confirmar junto ao Monster EUA se o site - http://www.monsterbrasil.com.br/ - era legítimo.

Porque me dei ao trabalho?

Dentre outros motivos:

a) O site parece não ter decidido se se trata dO Monster ou dA Monster. No título da página (que tem um espaço a mais em "começo" e provavelmente não está ajudando-os em termos de ranking no Google) eles dizem trabalhos dO monstro. Mas no rodapé da página eles dizem "Sobre A monster". Porque Monster seria feminino e monstro masculino é um mistério pra mim. Parece que estou buscando problemas, mas o problema é mais profundo. Continue lendo...

b) Alguns termos nas páginas parecem ter sido traduzidos - MAL - do inglês. Nada contra traduções, mas as coisas tem de fazer sentido, certo? Uma das "tabs" na página principal diz "Conhecidos" e outra diz "Indo pra frente". Não sou tradutor, mas acho que "Contatos" e "Progredindo" seriam escolhas mais felizes. E não para aí. Olha essa tradução da chamada para um dos artigos da seção "Indo pra frente":

Como muitos expertos em conselhos para a carreira profissional, Steve Fogarty, gerente de contratação da empresa Waggener Edstrom, diz que os candidatos devem pesquisar a empresa minuciosamente antes de entrevistar-se com ela.


De novo, eu não sou tradutor. Mas "expertos"??? Essa palavra sequer se usa em Português do Brasil - o correto usual é perito. E "... entrevistar-se com ela"? Acho que ninguém no Brasil fala assim. Mas saí daí já tem tempo, quem sabe? Todos os artigos sofrem dessa tradução pobre de uma forma ou outra.

c) Alguns outros detalhes parecem ter sido simplesmente lançados de qualquer forma com base no site em inglês. Note-se o botão de GO ao invés de "Submeter" ou "Enviar" ou o que quer que se use esses dias no Brasil...

Eu achei a qualidade do conteúdo tão ruim, tão de qualquer maneira, que entrei em contato com a central americana por e-mail. Eles me dizem que o site é pra valer. Não me atrevi a perguntar porque a diferença brutal de qualidade de conteúdo...

Pra piorar - pra mim - meu profile do Monster USA não é portável ou disponível no site brasileiro. Se eu quiser posso criar meu profile no Brasil, mas vou ter de manter os dois em separado. Dirá você: "normal". Não acho, porque a minha conta do Monster USA é aceita e preservada no Monster España.

Como em tudo mais, parece que até os serviços que são oferecidos a países da america latina são feitos nas coxas... Em inglês diríamos "rushed to market".

Não vou entrar em detalhes técnicos - a opção de tecnologia do monster é ASP. EUA, Espanha, não interessa. Não seria a minha opção, mas parece funcionar perfeitamente pra eles.

Eu não estou procurando emprego no Brasil. Se estivesse, acho que o Catho seria uma opção mais agradável para falantes do Português do Brasil. E tem mais utilização por empregadores e potenciais empregados.

Claro, fiquem de olho no Monster Brasil. As coisas podem mudar e progredir. Esse spin de networking (Contatos... digo "Conhecidos") pode acabar com o site sendo um cruzamento de "Monster" com "LinkedIn" que pode dar samba.

E quem está procurando emprego tem de buscar em todas as frentes disponíveis, certo?

UPDATE: Uma coisa que só notei depois de terminar de escrever é que grandes empresas - Microsoft, Google, HP, etc - parecem estar no monster. Provavelmente isso é uma explicação mais coerente do porque lançar um site dessa maneira. Essas empresas já são clientes do Monster aqui e queriam que as vagas disponíveis para o Brasil estivessem disponíveis num site para os brasileiros. O fato de que todos os empregos e descrição das empresas está em Inglês provavelmente não ajuda; mas se foi só uma forma do Monster calar a boca das empresas... O que importa é: se você tem interesse em trabalhar para empresas desse porte, olhar o site do monsters no Brasil é um caminho também.

4 de setembro de 2007

Seria cômico, não fosse trágico...

Diz o presidente (com p minúsculo mesmo) da nação brasileira:

- O Brasil ainda exige cuidados. Não podemos, por termos chegado a uma situação de equilíbrio, achar que está tudo resolvido e começar a gastança. Vamos continuar agindo como sempre agimos. O Brasil não vai gastar aquilo que não pode gastar - afirmou durante cerimônia de início das obras da refinaria de petróleo Abreu e Lima, em Ipojuca (PE).


Uma pessoa sensata pensaria que se trata de reduzir o gigantismo do Estado brasileiro. Mas não. O objetivo é defender a continuidade da CPMF - Contribuição PERMANENTE sobre Movimentação Financeira.

É de doer. O sujeito vir falar de "não gastar o que não pode gastar", no governo onde se aparelhou o Estado como nunca se viu, onde se alargaram as despesas e o descaso com a ética gerou mensalões e a máxima de que "caixa dois é normal"; com o intuito único de manter um IMPOSTO, que ainda por cima tem sido usado pra lentamente acabar com o sigilo bancário a que você deveria ter direito...

Eu sou totalmente a favor de um governo que redistribua os impostos de forma a proporcionar a quem precisa uma chance de progredir. Mas esse governo sinceramente fez muito menos do que devia e fez muito mais coisas ERRADAS do que podia.

Quanto tempo vai levar pra reduzir o inchaço do estado que esse senhor permitiu que fosse criado? Quanto dinheiro vamos jogar fora nisso?

21 de julho de 2007

Diversão garantida...

Prefácio: eu não tenho nada contra, muito pelo contrário, musicais.

Ontem, por insistência da minha filha de 9 anos, fomos assistir Hairspray no cinema.

Fui com a expectativa de um filme irritante, orientado pra um público juvenil. E encontrei um filme como há muito não via. As atuações são excelentes, os números músicais interessantes, e o filme conseguiu a façanha de me fazer rir e - mais - me alegrou.

John Travolta, Christopher Walken e Michelle Pfeiffer estão sensacionais - ainda que a maioria do público infanto-juvenil não tenha idéia de quem são e o quão espetacular a performance é. Queen Latiffa também está perfeita, e os jovens atores contracendando com os mais experientes parecem estar se divertindo e o filme desenvolve super bem.

A cena onde John Travolta e Christopher Walken se reconciliam é de morrer de rir. Os atores parecem ter dificuldade em manter a postura adequada para o momento das personagens... Walken em particular parece estar morrendo de rir com a atuação de Travolta.

Então, em Setembro, quando o filme finalmente chega ao Brasil, deixe o preconceito em casa e vá assistir.

Eu achei que valeu a pena.

19 de julho de 2007

Vai se delineando a causa...

A TAM admite que havia um problema reconhecido na aeronave que se desintegrou em chamas em SP. O reversor das turninas havia apresentado problemas. A companhia sabia. Mas acreditou - pelo que se entende da reportagem de O GLOBO - que estaria operando dentro de condições suportadas pelo fabricante.

A infraero e o governo, é claro, vão aproveitar pra apontar o dedo na direção da empresa. Quando o filho é feio...

E aí? O fato de uma falha técnica da aeronave ter sido, pelo menos é o que vai se delineando, a causa dessa tragédia isenta o estado escorregadio da pista? Ou o fato do aeroporto estar constantemente sobrecarregado? Que tal as pistas terem de ser fechadas por causa de chuva com frequência? Se o piloto estava tentando, realmente, arremeter; será que isso é possível numa pista curta com tempo seco? E chovendo?

Tantas perguntas né? E eu não sou especialista em nada disso...

Falhas de equipamento acontecem. Acidentes acontecem.

Mas um conjunto tão grande de indícios de que tem algo errado e que tem de ser corrigido não pode ser ignorado.

E não aprender nada dessa tragédia - que infelizmente é o que eu espero - vai ser uma segunda, e terrível, tragédia.

18 de julho de 2007

Se alguém quiser me mandar uma, eu aceito...



Independente de ser pró ou contra o Presidente (não sou contra ele, sou contra a administração dele); os cariocas tem humor de sobra... :-)

Relembrando...

Porque comecei a receber e-mails indignados em função do meu post anterior apontar falhas na conduta da sociedade brasileira, quero apontar um post antigo que responde a tudo através da transcrição livre de um diálogo que fui obrigado a ter uma vez:

Botando as cartas da mesa

Bater no peito e se dizer brasileiro sem ter senso crítico também não ajuda nada.

17 de julho de 2007

Irresponsabilidade habitual, preço alto demais...

ATUALIZAÇÃO: Pra quem tá pensando, como vários ao que parece, em mandar um e-mail criticando minhas "palavras duras e ignorantes contra a sociedade" brasileira abaixo, favor ler meu último post.

Não vou me demorar num post sobre o terrível acidente aéreo em SP.

Outros escreveram melhor do que eu sobre o assunto...

Só quero dizer que tudo é um sintoma de uma falha de caráter nacional: irresponsabilidade. Essa filha degenerada da impunidade...

E vou fazer uma previsão: CPIs, dedos apontados pra todos os lados, gente dizendo "eu avisei", e consternação nacional por 2 ou 3 dias. Depois volta tudo ao normal e não se aprende nada de uma tragédia dessas. E tudo continuará como dantes.

Quer apostar?

Em Tempo: Que Congonhas opera acima da capacidade só não percebe quem nunca teve de passar por lá recentemente.

Em Tempo 2: O Cris não menciona no post dele que as companhias aéreas, ao que me consta, NUNCA se manifestaram com relação as faltas de condições de segurança. Eu sei que ele fala de desafogar os aeroportos, mas qualquer empresa tem de ter um mínimo de visão. Que vai acontecer com o setor agora que se comprovou que os principais aeroportos do país realmente não tem condições de operar? Talvez se as empresas tivessem se manifestado e apontado as falhas, trocando o lucro imediato pela segurança futura de seus passageiros, DO SETOR E DE SUAS OPERAÇÕES; as coisas tivessem sido diferentes.

Em Tempo 3: Pena que o sistema de justiça do Brasil vai demorar anos para resolver as pendengas desse incidente. O certo seria as famílias receberem uma indenização monstro do governo e da TAM. O dinheiro não resolveria NADA pra quem perdeu um irmão, irmã, pai, filho, etc; mas a pancada no bolso talvez ajudasse a prevenir futuros incidentes similares frutos da irresponsabilidade generalizada.

9 de julho de 2007

Recomendação de livro...

Um livro que você deve ler se pretende ser contratado por boas empresas ou se você influencia o processo de contratação de outros geeks na empresa na qual você atua é o "Smart & Gets things Done", do Joel Spolsky.

Pra quem pretende ser contratado por uma empresa legal, te dá parâmetros pra identificar - na entrevista - se a mesma tem chance de ser um desafio bacana. Se você pretende tentar um emprego nos EUA, te dá algumas dicas do que esperar do processo.

Pra quem influencia a contratação de outros geeks (ou é gerente), te dá balizas do que perguntar, como perguntar, o que observar e - importantíssimo - que tipo de pessoa procurar e contratar.

O livro é curto, direto ao ponto, com bons argumentos e texto divertido.

8 de julho de 2007

1408

Confesso. Sou fã do Stephen King. As histórias deles são, em sua maioria, simples em termos de roteiro, mas as personagens são tão bem construidas... Ele prova, repetidas vezes, que os piores monstros não são super ou sub humanos. Apenas humanos. E que o conceito de mal não precisa de personificação...

Portanto, como fã, foi natural que eu fosse assistir ao filme baseado no conto 1408.

Não gostei. A história em si tem potencial, mas a implementação - por qualquer motivo - ficou fraca demais. Samuel L. Jackson aparece pouco e assusta mais que John Cusack no restante do filme.

Enquanto o conceito básico de muitas histórias de King permanece: o mal não tem, necessariamente, um representante ou um rosto; a história é lenta a princípio e não desenvolve naturalmente - quebrada em determinados momentos tentando estabelecer na tela o que King faz tão bem nos livros: interesse pelas personagens. Um filme em que basicamente tem um personagem na tela do princípio ao fim precisa estabelecer empatia entre ele e a audiência. Eu só senti essa empatia na última cena do filme.

Poucos sustos. Efeitos especiais manjados. Atuação fraca do principal ator.

Uma pena...

26 de junho de 2007

E a compra da SERASA significa o que para você?

O grupo Experian comprou 65% da SERASA, afirma o jornal o Globo.

Experian é um dos três grandes bureaus de informação sobre crédito aqui nos EUA. O sistema de crédito aqui é bem diferente do sistema de crédito no Brasil (ou pelo menos o sistema de crédito que eu conheci quando morei aí).

Meu entendimento do sistema de crédito no Brasil é: se seu nome não está no SERASA, você não foi pego dando o calote em ninguém. Ponto. Um agente financeiro tem de basear a sua decisão de emprestar ou não a um indivíduo em outras informações, claro, mas no que tange a SERASA é isso: o cara já deu calote em alguém ou não.

Aqui nos EUA o sistema é bem mais desenvolvido. Basicamente, a Experian e dois outros bureaus, mantém uma relação com todos os agentes financeiros. Os agentes reportam aos bureaus a utilização do crédito (pagamentos em dia, atrasos, crédito disponível, etc) de indivíduos (identificados pelo seu Social Security Number, um tipo de CPF) e cada bureau tem uma fórmula para calcular um índice numérico que identifica o grau de segurança do indivíduo na sua utilização de crédito.

Exemplo: João tem dois cartões de crédito, uma hipoteca, e dois carros financiados. Os agentes financeiros que emprestaram a João o dinheiro para comprar os carros e a casa, e as operadoras dos cartões de crédito reportam aos bureaus que ele pagou em dia a hipoteca e os carros e que tem US$ 5000 de débito nos cartões. Os bureaus usam uma fórmula mágica que involve o montante de crédito disponível para João (soma dos limites dos cartões mais qualquer outra linha de crédito), o número de anos que ele tem cada linha de crédito (quanto mais antigo melhor), pagamentos em atraso, etc; e definem que João tem um índice de crédito de 680. Agora outras empresas interessadas a estender crédito a João tem um balizador definido de que João tem um crédito adequado (qualquer coisa acima de 750 séria considerado excelente).

Porque esse esquema de um índice individual é melhor? Porque quando você tem um indicador do risco envolvido em emprestar para um indivíduo, duas coisas acontecem:

a) Se você é bom pagador (índice alto), passa a ter crédito barato porque o agente financeiro sabe que o risco de emprestar a você é menor

b) Se você é mau pagador (índice baixo), ainda assim pode conseguir crédito - ainda que mais caro - porque o agente financeiro tem condições de gerenciar seu risco

O índice não é, com certeza, a única coisa que é avaliada por empresas estendendo crédito a um indivídio. Na verdade, a primeira coisa que um agente financeiro faz antes de estender crédito e olhar o índice, e com sua permissão passam a analisar todo seu histórico. A decisão é tomada com base no seu histórico como um todo. O índice é um filtro básico.

Mas com certeza o sistema como um todo é muito melhor do que o "tá na lista negra" que é o sistema de informação de crédito no Brasil.

Se a Experian vai implementar um sistema similar, adequado a realidade nacional, eu não sei.

Mas que seria bom, seria.

18 de junho de 2007

E, não há visto disponível...

Lembra daquela vaga de emprego? Depois de conseguir um candidato bem qualificado, aceito pela empresa que tinha interesse em contrata-lo imediatamente, a burocracia das fronteiras deu sinal.

Não há mais vistos H-1B disponíveis para 2007. E só se pode aplicar para vistos em março de 2008, com possível aprovação para Outubro!!!!

Meu chefe ficou absolutamente deprimido.

O fato é que não existem candidatos locais - com aquela explosão da bolha em 2000 e a propaganda intensa de que os empregos de TI estavam todos indo pra Índia, a maioria das pessoas preferiu seguir outras áreas de profissionalização. Pra completar, existe um tremendo preconceito contra a Florida (parte baseado na história e parte em mito) e os furacões também não ajudam.

Mas o sistema de admissão de profissionais não foi adaptado a essa realidade.

Quem sabe, se a vaga ficar em aberto até início de 2008, não há nova chance?

8 de junho de 2007

E a visita ao Brasil?

Cada vez que volto ao Brasil, diminui minha vontade de voltar no ano seguinte.

Não se trata de começar de novo o exercício de malhar o Brasil. Estou cansado de apontar os problemas. E, sinceramente, de que adianta? Eu posso apontar problemas e até propor soluções pelo resto da minha vida. Mas ninguém está, efetivamente, minimamente interessado no que tenho a dizer.

A cada visita volto pra casa um pouco mais deprimido com o Rio de Janeiro em particular e o Brasil como um todo. Usar o termo deprimido não é exagero, é fato. Me sinto sem energia só de ver o estado das coisas.

Dirigir, que já era um problema quando eu morava por aí, é um exercício de paciência franciscana. Não se vai a lugar nenhum nos horários de trânsito mais pesado, em menos de 2h. E nos horários de trânsito mais leve, os motoristas tentam compensar e estravazam toda a sua frustração numa fúria desmedida.

A divisão entre os que tem e os que não tem praticamente desaparece no Rio - diferente de São Paulo que isola os menos afortunados na periferia - e os que tem alguma coisa se esforçam, ao que parece com bastante sucesso, pra ignorar os que não tem nada. Enquanto isso os que não tem nada são açoitados com o poder aquisitivo que eles não tem a menor chance de alcançar e que provavelmente será inalcançavel pelos seus filhos e netos.

Hoje, enquanto dirigiamos num carro que muita gente não sonha em poder ter e ouviamos um CD da Elis, eu olhava para uma favela enorme e as crianças correndo descalças atrás de uma pipa avoada. E do túmulo Elis entoava a letra de "Maria, Maria":

De uma gente que ri quando deve chorar
E não vive, apenas agüenta
Eu não sei se a sociedade está pior do que quando saí ou se eu estou menos tolerante a essa degradação num país que tem aspirações de longa data a ser uma nação importante no cenário mundial.

Só sei que me dá uma tristeza infinita vir aqui e presenciar tudo isso.

Candidatos...

Divulguei o máximo que pude a vaga em aberto na empresa pra qual trabalho na Flórida.

Dois candidatos. Ambos qualificados. Ótimo. Vamos ver o que acontece.

Devo dizer que estou absolutamente surpreso... Eu esperava uma procura muito maior. Algumas pessoas que sempre me encheram o saco pra eu arrumar emprego pra elas por lá, com qualificações adequadas, receberam a notícia da vaga e a ignoraram sem cerimônia ou me responderam dizendo que "não dá porque..." e cada um tinha uma explicação de 10Km que no fim redundava em "família".

Oras, morar no exterior pressupõe:

a) Sacrifício inicial da família imediata, que se muda para o exterior a reboque e tem de se adaptar ao novo ambiente.

b) Sacrifício da família extendida, que terá de se contentar nos inúmeros meios de comunicação que tornaram o mundo bem menor.

Ou seja: fogo de palha. Todo mundo acha bonito dizer que quer morar no exterior, mas na hora H, começam a pensar e sacam que não tem coragem ou não estão preparados. Ou simplesmente não querem.

Pra que a presepada? Pra que fingir que tem interesse?

O medo é tolo. Um dos candidatos, muito sabiamente como de costume, disse algo nas linhas de:

Pior do que aqui não pode ser. E na hipótese improvável de ser pior, volta-se ué!

Pena que nem todo mundo entende esse fato tão simples.

Bom pros dois candidatos, eu suponho. Menos concorrência.

24 de maio de 2007

Desenvolvedor java para a web...

Você é um desenvolvedor java para web? Tá a fim de uma experiência no exterior?

A empresa pra qual eu trabalho aqui nos EUA está tendo dificuldades em preencher a vaga de desenvolvedor para web usando servlets e jsp (experiência ou conhecimento de frameworks como Spring são bem vindas). A dificuldade, provavelmente, vem da localização da empresa - que pra mim é ótima, perto da praia e no calor, mas que a maioria dos americanos jovens não gosta porque é cidade pequena e numa área conhecida por furacões (mas tem mais de 80 anos que houve um direct hit aqui).

Meu chefe hoje disse que ele consideraria candidatos que precisam do visto H1-B. Esse é o mesmo tipo de visto que eu tive quando vim para os EUA em 2000. Uma pessoa nesse visto pode transitar para o Green Card. O visto é válido por 3 anos e renovável por mais 3. Depois a empresa pode - dependendo da habilidade do candidato - solicitar o green card.

Atenção: empresa nenhuma vai contratar um cara do exterior que não seja efetivamente bom no que eles precisam. Se você cabe mais ou menos na vaga, mas não tem confiança de que é um candidato adequado - não desperdice o tempo dos entrevistadores. Idem se você não fala inglês fluentemente - enganation não vai colar e saber falar português não vai te trazer nenhuma vantagem para essa vaga.

http://www.ndr.com/public/employ/webdeveloper-2007-05-02.pdf

Se quiserem tirar dúvidas, entrem em contato comigo em ce.lopes at gmail.com.

Sobre a empresa: médio porte, área financeira (pesquisa em investimento e economia), estável (mais de 25 anos no mercado) e com clientes no mundo inteiro. Paga bem para os EUA e melhor ainda pra quem está no Brasil.

18 de maio de 2007

Gerentes...

Meu gerente apareceu de novo para perguntar qual título eu acho que devo ter.

Sim, porque fui contratado para ser "Analyst/Programmer" e ele agora acha que esse título é "ofensivo".

Ele está há 5 meses tentando mudar os títulos de cada um dos membros da equipe dele. Isso numa empresa que tem 100 funcionários. Vai ser a grande façanha dele do ano: oferecer a cada funcionário um novo título.

Eu disse que queria ser "Plumber" (hidráulico) e ele ficou muito sério. Disse que tinhamos de ter um título que fosse representativo para as outras pessoas na empresa. Eu comentei que então eu teria de ser "pooper-scooper" (literalmente, "pegador de bosta"; a pessoa que limpa o cocô dos animais)...

Ele não ficou nada feliz...

Acho que vou acabar sendo "Software Engineer" ou "Software Developer/Analyst".

Pode esperar. Esse novo título ainda vai me custar um aumento menor...

15 de maio de 2007

Porque continuo expatriado...

Este post é um complemento ao raciocínio iniciado no post "Porque emigrei..."

O fato é que viver no exterior, acredito eu depois de 7 anos fora do país onde nasci e fui criado, muda nossa percepção da realidade. Talvez porque a realidade mude tanto. Vários fatos comuns ao dia a dia brasileiro simplesmente desaparecem, as diferenças culturais (positivas e negativas) começam a tomar vulto - e começam os questionamentos.

Continuo expatriado porque quando penso em voltar ao Brasil, o que me passa pela cabeça são as coisas óbvias, como:

  • Horas de trabalho insanas pra poder ter uma renda digna
  • Sonegação ou literalmente entregar quase metade da sua renda pra um Estado que não te dá NADA de volta
  • Dupla tributação (a de direito e a de fato)
  • Crescente insegurança (beirando o terrorismo) do Rio (a outra opção, na minha profissão é São Paulo, que não é muito melhor)
Essas são auto-explicativas e não vou perder tempo discorrendo a respeito delas. Todo Brasileiro sabe do que eu estou falando, não importa se morando no Brasil ou no exterior.

Mas há também as coisas que, para quem ainda está no Brasil, seriam consideradas exóticas:
  • Eu não quero mais explorar a mão de obra barata de outras pessoas (empregadas)
  • Eu não quero mais contribuir com o dinheiro dos meus impostos para manter o abismo social
  • Eu não quero viver pensando que o amanhã vai ser melhor - mesmo contra todas as evidências
  • Quero limites na conduta das pessoas no que diz respeito a minha vida - infelizmente a maioria dos brasileiros abusa das relações de amizade; como me lembro toda vez que vou ao Brasil e começam os pedidos pra "levar uma coisinha"
Claro, é tranqüilo continuar expatriado quando se tem a opção de fazê-lo legalmente no país adotivo e até mesmo opções de outros destinos que não o Brasil.

Mas tranqüilo não quer dizer fácil.

*****

Todos os dias tem aquele momento em que eu queria simplesmente estar no Rio. Sem nenhum motivo particular. Simplesmente queria poder falar português. Ou ir almoçar num botequim. Ou encontrar os amigos pra um chopp no fim da tarde...

Não dá.

Queria que minha filha tivesse a oportunidade de conviver mais com os avós, os tios, os primos. Queria participar da vida em família.

Não dá.


São as coisas que se perde ao se ganhar todo o resto. Vale a pena? Eu acho que sim.

Mas não é fácil.

10 de abril de 2007

TextMate, Locomotive and Ruby on Rails

Tentei, mais uma vez, usar o TextMate. Todo mundo fala tão bem dele.

Meu problema é a curva de aprendizado... Eu, sinceramente, tenho mais o que fazer do que reaprender mais um editor/semi-IDE. Vou ficando no RadRails mesmo que tem cara de Eclipse (e é baseado nele), que uso há anos (pra Java).

Sem contar que fazer o TextMate funcionar com o Locomotive (eu não tenho saco de instalar o rails de qualquer outro jeito; Locomotive é a melhor coisa desde o bombom Sonho de Valsa) parece ser mais complicado do que devia. Claro, minha ignorância do TextMate e sua documentação... hmm... estranha, não ajudam.

Fica assim: Locomotive, open terminal, e aí eu abro o radrails a partir do terminal.

Funciona e eu não perco meu tempo.

1 de abril de 2007

Por um mundo melhor...

Participe da campanha que vai mudar o mundo...

24 de março de 2007

Porque emigrei...

Sempre que o assunto de sair do Brasil vem a baila, é inevitável alguém levantar a bola de porque eu quis sair do Brasil... É bem possível que, se eu fizer uma busca aqui ou no antigo blog, eu já tenha tratado desse assunto.

O que me fez sair do Brasil, entretanto, é diferente do que me faz ficar fora do Brasil.

*****

Era o final de 1998, minha filha com meses de vida, um pouco mais de ano e meio de casado, e eu estava num emprego que pagava muito bem mas para o qual eu tinha de, literalmente, me arrastar todos os dias - eu odiava o trabalho, a maioria das pessoas (vocês sabem que alguns de vocês moram no meu coração!), vivia preocupado com sonegação fiscal, e mais ainda com o futuro.

O fato é que minhas perspectivas profissionais se resumiam a encontrar outro emprego que pagasse similarmente bem e que trouxesse o mesmo tipo de aborrecimentos. Mudar de tecnologia talvez me desse maior alcance. Mas o tipo de trabalho seria o mesmo: consultor, desenvolvimento, dar luz a cegos, carregar projetos nas costas.

Comecei a pesquisar uma oportunidade no exterior pela vontade de experimentar alguma coisa diferente na minha vida. Mas, o pano de fundo era a busca por uma condição de vida mais segura. Principalmente na área financeira.

Eu acreditava - e pelo menos no caso dos EUA, de acordo com a minha experiência, eu tinha razão - que em termos de perspectivas profissionais as pessoas em outros países tinham uma estrutura e chances de um futuro com as quais não podiamos sonhar no Brasil.

Cismei com a Australia - inglês, clima quente, praias... E quando o mercado de trabalho lá se provou difícil de penetrar à época, resolvi fazer uma lista de países aceitáveis. Acabei numa lista curta de 3 países: Australia (minha obsessão), Espanha e EUA.

A Austrália e Espanha se provaram nações complicadas de prospectar emprego - pelo menos pra mim. Na primeira o mercado de trabalho era bem menor do que eu pensava, e minha experiência profissional não era o que eles procuravam. Na segunda foram bem claros comigo: sem falar espanhol fluentemente, não havia a menor chance. Portuñol não valia.

Os EUA, por outro lado, viviam o boom da Bolha da Internet. Contratavam desbragadamente dentro e fora do país. E muito da tecnologia que estava sendo removida em favor de websites e serviços web, era o tipo de tecnologia com a qual eu tinha experiência.

Levou um ano, mas eu fiz algumas entrevistas telefônicas, investi em uma passagem para os EUA para fazer algumas entrevistas pessoais, e ao final de 1999 eu tinha uma oferta de emprego.

Aceitei.

Financeiramente, à época, eu estava trocando seis por meia dúzia. Mas minha crença era que, no tempo certo, ganhando em moeda forte e numa economia estável, eu e minha família estariamos melhores.

*****

Note-se que todas as minhas considerações antes de decidir viver no exterior tinham pouco ou nada haver com a realidade brasileira - descontado, claro, o ambiente profissional e financeiro. Meu interesse era mais grana, estabilidade financeira, talvez um certo desafio profissional; mais nada.

Claro que eu estava frustrado e até, relativamente, assustado com determinadas coisas acontecendo no Brasil. Houveram até situações de risco acontecendo comigo, como o tiroteio em pleno centro da cidade do Rio de Janeiro alguns anos antes - onde tive que me jogar no chão de uma banca de jornais para me proteger. Mas eu nunca cogitei sair do Brasil por causa disso.

Como a esmagadora maioria dos imigrantes que vem para os EUA, a motivação era grana e perspectivas.

9 de março de 2007

O sistema legal precisa funcionar mais rápido e urgentemente...

Um homem foi atacado em NY, tomou um golpe na cabeça com um cano, foi atendido pelo sistema de emergência da cidade e os técnicos de emergência acharam que ele estava meramente bebado - não notaram o ferimento na cabeça. O resultado foi que o hospital recebeu o homem e ignorou o ferimento. Quando notaram, era tarde demais. O homem morreu em decorrência do ataque. Outras coisas aconteceram: a polícia não foi notificada que o homem tinha sido atacado, e portanto não houve investigação do crime.

Claro, você pode ler esta descrição da notícia e pensar: viu, acontece em tudo que é lugar!

Mas eu estou mais interessado no que aconteceu depois. A família da vítima processou a cidade pela falha dos técnicos de emergência. E acabaram de entrar num acordo onde a família ignora seus direitos a uma indenização se o problema for consertado dentro de um ano (com um membro da família fazendo parte do painel que vai buscar as soluções).

Ou seja: porque o sistema legal funciona em tempo adequado, há a possibilidade de pressionar governantes e o Estado em fazer a coisa certa. E mudanças decorrem dessa pressão.

Imagine se a família dessa menina que morreu no fogo cruzado no morro do Rio, processasse o Estado por a polícia não ter usado de mais cautela ao arriscar vidas humanas inocentes (os bandidos, sinceramente, me importa muito pouco - ainda que ache que eles tenham direitos, atirou contra um policial o policial precisa se defender). No atual sistema de justiça brasileiro, a ação leva 30 anos e nada muda. Se fosse um sistema judicial eficiente, futuras ações como essa poderiam ser prevenidas ou os cuidados devidos seriam tomados.

Não estou dizendo que a ação da polícia é injustificada. Se há bandidos nos morros, há que perseguí-los. Mas o planejamento de uma ação dessas tem de vislumbrar como proteger o cidadão comum - essa em última análise é a missão da polícia.

Ou que tal se a família do menino que foi arrastado brutalmente pelo carro entrasse na justiça para reaver impostos pagos aos governos federal, estadual e municipal? Ou com uma representação contra o chefe de polícia militar?

Não adianta dizer que o sistema judicial é eficiente e está meramente sobrecarregado. A definição de eficiência é a capacidade de ser eficaz (cumpre seu papel) sem jogar fora tempo, dinheiro, ou esforço. Não é o caso do sistema judicial brasileiro pelo menos no quesito TEMPO.

Eu sempre achei que a reforma da sociedade brasileira começaria na educação.

Mudei de opinião.

A reforma começa no sistema judiciário. Um sistema judiciário veloz, eficiente, e que protege os direitos do cidadão honesto enquanto se colocando de forma dura contra os criminosos. Um sistema judiciário eficaz.

Não se trata só de pescrever punições, mas de prover a habilidade de pressionar governos e governantes.

Em tempo: o judiciário precisa também ter a latitude de jogar fora os casos que não tenham validade, sob pena de criarmos também o lado nefasto do sistema americano, onde as pessoas vêem nos processos uma forma de ficarem ricas.

8 de março de 2007

Uma pergunta antiga, um subsídio novo...

Um amigo enviou uma mensagem com um antigo e-mail meu e novos insumos dando asas a uma teoria...

O link original está morto. Tratava-se de um artigo sobre um prêmio que alguns adolescentes ganharam aqui nos EUA por inventarem um ar condicionado mais econômico e sem freon. Um outro link para o artigo original: http://www.freerepublic.com/focus/f-news/1437615/posts

Sem edições, a troca de e-mails abaixo:

Meu e-mail original, de 2005:
"http://www.sltrib.com/utah/ci_2841984

(Em português porco do Google aqui: http://translate.google.com/translate?u=http%3A%2F%2Fwww.sltrib.com%2Futah%2Fci_2841984&langpair=en%7Cpt&hl=en&c2coff=1&ie=UTF-8&oe=UTF-8&prev=%2Flanguage_tools )

Vocês são engenheiros...

Por quê no Brasil nós não vemos coisas assim acontecendo?

Minha suspeita é que o sistema de ensino - não só o público - simplesmente não aponta as crianças e jovens nesta direção. Sem falar, claro, na baixíssima qualidade da escola pública.

Aqui, já no segundo grau, o jovem tem dezenas de matérias eletivas onde ele começa a experimentar com aquilo que efetivamente lhes interessa. Coisas tão diversas quanto física e fotografia... No Brasil engessam o cérebro da gente naquele currículo imbecil (e muitas vezes inútil) e mesmo na universidade não há estímulo para se explorar os interesses e pendores individuais. O cara já chega na faculdade com uma boa idéia das coisas que ele curte e tem maior probabilidade de ter sucesso.

Certamente nós temos gente tão inteligente quanto e tão capaz quanto esses garotos.

Por quê então os EUA tem tanto mais sucesso em desenvolver tecnologias?

Eu sei que existe pesquisa acontecendo no Brasil e que muita coisa interessante em diversas áreas vem dessa pesquisa. Mas ela começa tarde e termina tarde e parece não resultar em produtos úteis como aqui. Eu tenho amigos que estão no universo acadêmico mas parece haver um bloqueio entre o que é acadêmico e o que é prático. Não se vê o resultado das pesquisas chegando em massa ao mercado. Sem contar que, me dizem eles, a maior parte da produção acadêmica é financiada pelo Governo com o nosso dinheiro, e a medida de sucesso é número de publicações, e não resultados práticos.

Exemplo: há um tempo atrás eu vi na TV que a Universidade Federal de Pernambuco (antes de p e b, m - lembrei) tinha desenvolvido um tipo de produto que quando colocado na água limpa fazia as larvas do mosquito Aedes - nosso eterno inimigo - se auto-consumir (digerir mesmo). Esse produto chegou ao mercado? Acho que não. Sabe-se lá quantos outros produtos não chegam...

Se não se conserta isso, não se conserta o resto.

E aí, vem a pergunta mais importante...

Será que quem está a cargo da Educação sequer percebe isso? E se percebe, será que existe algum interesse de mudar alguma coisa?

Neste caso, eu só tenho perguntas.

C.E."

E o artigo apontado pelo amigo hoje:
"Folha de São Paulo, 25 de fevereiro de 2007, por Gilberto Dimenstein

Ensinando a voar

Repetia, como se fosse mantra: "o gosto pelo conhecimento é a melhor herança que posso deixar"


O CEARENSE Expedito Resende, 66, conseguiu atrair a atenção mundial ao inventar um combustível para avião feito à base de óleo de babaçu, atualmente em testes avançados nos laboratórios da Boeing, acompanhados pela Nasa, a agência espacial dos Estados Unidos. Mudar o jeito como os aviões voam, usando o chamado "bioquerosene", não seria sua mais importante descoberta.
Professor de engenharia química da Universidade Federal do Ceará, Expedito criou, nos anos 70, o biodiesel. Usando plantas comuns no Nordeste, viu que o combustível servia, sem nenhum problema, nos motores como substituto do petróleo. Mas, na época, não havia tanta consciência ecológica, o preço do petróleo ainda não estava nas alturas e não se sabia como dar escala comercial à sua invenção. Em 1991, alemães e austríacos resolveram usar a descoberta para produzir energia limpa.
Nos últimos tempos, Expedito vem ganhando prêmios internacionais e ajudando a implantar centenas de usinas de biodiesel. Isso significa a perspectiva de criação de empregos, especialmente no Nordeste, e de um recurso contra o aquecimento global.
Por trás dessa tecnologia há uma história não menos interessante sobre quem ajudou a inventar esse inventor. Chama-se José Parente, pai de Expedito -é uma criação muito mais do que biológica.

José Parente tinha 12 anos quando deixou um povoado nas proximidades de Sobral (CE), onde vivia, e mudou-se para Fortaleza. Era o caçula entre seus 28 irmãos, sustentados pelo pai agricultor. Fez o trajeto a pé, sozinho, alimentando-se com o que encontrava no caminho. Tinha dois projetos: obter um emprego e entrar numa escola.
Matriculou-se para o período noturno de uma escola, mas, com o excesso de trabalho, acabou desistindo. Tentou por várias maneiras continuar estudando. Pediu ajuda a seu patrão e ouviu a seguinte frase: "Menino pobre não precisa de escola".
Praticando, José Parente aprendeu as artes do comércio. Adulto, tornou-se empresário, casou, teve nove filhos, todos entraram na faculdade. Repetia algumas frases como se fossem mantras: "o gosto pelo conhecimento é a melhor herança que posso deixar" ou "a maior riqueza está dentro da cabeça"

Nas conversas familiares, sempre vinham as histórias do menino de 12 anos, caminhando sozinho pelas estradas de terra, a frustração pela impossibilidade de estudar compensada pelas habilidades autodidatas. Já empresário próspero (depois teve um banco), José Parente tratou de ajudar aquela escola em que tentou, mas não conseguir estudar.
Expedito cresceu ouvindo esses casos. "Ficou arraigada em todos nós aquela reverência pelo saber", conta Expedito. Essa reverência estava por trás de sua decisão de sair de casa para estudar, como tinha feito seu pai. "Só que, desta vez, sem desconforto", diz ele. Mudou-se para o Rio, onde se formou em engenharia química e, depois, aprimorou-se nos Estados Unidos e na Europa. Voltou para o Ceará, fascinado pelo encanto dos experimentos químicos. Uma de suas criações foi a "vaca mecânica" para a produção de leite de soja, disseminada em centenas de cidades brasileiras.

Testou motores com álcool, mas preferiu investigar melhor o poder de plantas como o babaçu. Em 1984, um Bandeirante, da Embraer, voou de São José dos Campos até Brasília, movido a bioquerosene, desenvolvido por Expedito -apesar do sucesso do vôo, o projeto foi arquivado pelos militares.
Foram necessários mais 20 anos para que levassem a sério sua experiência, agora em apreciação pelos americanos -certamente seria impossível se o inventor não tivesse com um de seus professores um menino de 12 anos, andando a pé pelo interior do Nordeste, com o sonho de aprender.

PS - O caso de José Parente mostra os caminhos para se evitar a marginalidade, gerando inventores e não criminosos -envolvimento familiar na vida dos filhos, culto ao empreendedorismo e reverência ao aprendizado. Nosso problema não é de maioridade penal, mas a de menoridade dos adultos."

4 de março de 2007

Quem dera um fundo do poço...

Este post não objetiva malhar este ou aquele político. Eu detesto todos eles, de todos os partidos e em dois países diferentes. São, em sua maioria e com raríssimas exceções, os verdadeiros sangue-sugas de uma sociedade. Esse parágrafo inicial é só pra deixar claro que é preciso ler o post inteiro antes de decidir que estou só malhando A, B ou C.

Em 2002, quando o atual Presidente foi eleito, ficou claro que a sociedade brasileira estava tentando mudar os rumos do país. Cansaram de votar - pelo menos no caso do Presidente, porque continuaram elegendo a mesma corja pra tudo mais - nos mesmos pústulas inéptos e/ou corruptos. Elegeram um homem que prometia mudar o país e criar uma nação mais justa.

O que mudou, efetivamente, no Brasil desde que me mudei pros EUA em 2000?

Uma coisa ficou óbvia hoje: o jornal O Globo se aproximou bastante do jornal O Dia.

Quando eu era moleque no Rio, os leitores de O Dia eram brindados com um jornal recheado de sangue. As notícias, normalmente oriundas dos subúrbios e da baixada fluminense, eram no mínimo chocantes e no máximo bizarras. Quando o artigo não era sobre chacina, certamente tinha haver com assassinato, suicídio ou um acidente terrível.

No jornal O Globo de hoje eu contei 8 mortos por assassinato (5 em uma chacina, uma criança em Joinville, um funcionário de supermercado num assalto em Copa, e um outro num crime sob encomenda). Sem contar as outras atrocidades mais antigas que continuam a dar as caras, como o assassinato do ganhador da mega-sena e o retorno do filho dos franceses assassinados a um país sério (seriam mais 3 mortos e um órfão então).

Mudou o jornal? Tenho certeza que sim... O jornal deve ter mudado até porque as sensibilidades dos leitores mudaram. Para que alguém se choque com um crime esses dias, ele tem de afetar a classe média e, preferencialmente, crianças. Assaltos são lugar comum. Sequestros parte do dia a dia. Acidentes graves com vários mortos nem aparecem mais nos jornais.

Mas a verdade é que o Brasil vem descendo a ladeira, e não da forma alegre e contagiante daquela música do Pepeu Gomes e Moraes Moreira. Vai de mal a pior. E a maioria dos brasileiros está sem perspectiva do ponto a que as coisas chegaram.

Meu pai, outro dia, me disse que o mundo inteiro está numa espiral descendente. Que sair do país, como eu saí, não muda o fato de que essas coisas "acontecem em qualquer lugar". Ele não é o único a sair com esse tipo de tirada... Pra quem está imerso numa situação de caos, é inevitável minimizar a própria situação e apontar fatos similares em outros lugares.

É claro que crimes acontecem no mundo inteiro. Crimes horríveis. Seres humanos são inerentemente cruéis com seu semelhante, alguns mais que outros. É uma infeliz realidade da vida no planeta Terra.

Mas querer comparar os incidentes isolados nos EUA - violentos e terríveis, sim - ou os poucos crimes violentos na Europa - que infelizmente últimamente tiveram vítimas brasileiras - com a barbárie que acontece no Brasil de hoje é sintôma claro de dissociação da realidade.

Eu não tenho prazer em falar mal do Brasil. Não é fácil viver em outro país, obrigado a falar outra língua, a tentar manter na educação da minha filha o que é positivo da nossa cultura, com saudades da família e dos amigos. É uma escolha que se renova todos os dias. E eu queria que fosse mais difícil de renovar. Queria pensar duas vezes e ver no Brasil um mínimo de estrutura e tranquilidade que me permitisse cogitar um retorno.

O que se vê todos os dias, entretanto, é: terror, morte, descaso, desorganização, despreparo público, corrupção, sofrimento, medo...

Eu tenho certeza de que em meio a tudo isso as pessoas conseguiram construir uma "normalidade". O ser humano precisa, e consegue, se convencer de que está tudo bem. Que acontece com os outros e não com a gente. Que em meio a todo o caos, nossa vida é tranquila e preservada.

Mas se todo o brasileiro tivesse a oportunidade de viver uma vida mais tranquila, como eu tive e tenho, eu me pergunto se seria possível continuar se enganando.

Do meu ponto de vista, o Brasil é um poço sem fundo e a sociedade está em queda livre, sem paraquedas.

Seria bom se o poço tivesse um fundo. A porrada ia ser firme e forte, muita gente ia sofrer, mas havia a perspectiva de que não se pode cair mais. Que daquele ponto em diante só há uma direção pra seguir - com dificuldade, sim - mas pra cima.

Mas eu, sinceramente, acho que não há fundo. Não há chance de mudança de direção.

A queda vai continuar. Só Deus sabe até quando.

10 de fevereiro de 2007

A sociedade que reverteu ao estado primitivo...

E O Globo informa que, ao que parece, a Sub-Secretária de Saúde de Salvador contratou a morte de um outro funcionário da Secretaria - responsável pela área de licitações e contratos.

Claro, o fato de que a vítima trabalhava na área que tocava licitações aponta para um crime que objetivava queimar arquivo ou abrir o caminho para os cofres públicos. Qual dos dois, sinceramente, importa muito pouco.

O que importa, pra mim, é a constatação de que a sociedade brasileira atual chegou a um tal ponto de desensitivação com relação a violência na qual está imersa, que manda-se matar ou mata-se outro ser humano sem pensar duas vezes. Um empecilho mínimo, um detalhe num plano maior. Morto. Pronto.

E, como mencionei em outro post, a reação negativa da sociedade dura 1 dia ou 2, e depois o caso é esquecido e ingressa no vácuo do sistema legal brasileiro, onde além de levar tempo demais sendo avaliado, prescreve penas triviais (culpa do legislativo) e injustas (pobres sem defesa são punidos sumariamente, pessoas com um pouco mais na vida recebem um tratamento diferenciado).

Violência é um fenômeno da natureza humana. Mas se assombrar com a violência também deveria ser.

O que acontece no Brasil, cada dia mais, é a lenta e gradual destruição da humanidade na sociedade.

E tudo só tende a piorar...

8 de fevereiro de 2007

Guerras...

Ontem, no rádio, um soldado americano relatava o resgate de uma menina de 6 anos e do irmão de 4 no Iraque. Eles assistiram a mãe e o pai serem mortos pelos insurgentes - de acordo com o soldado.

Chorei ouvindo o relato de como a menina acordava no meio da noite e chorava de dor (tinha sido alvejada com estilhaços de explosivos) e de desespero, clamando pela mãe.

Hoje, eu leio no Globo, que um menino de 6 anos foi arrastado pelas ruas do Rio e destroçado literalmente.

Tive de sair do meu escritório porque achei que fosse vomitar. Fiquei do lado de fora do prédio pensando em que tipo de criatura olha pra trás, vê uma criança sendo arrastada, provavelmente gritando em desespero, e acelera.

O ser humano é uma criatura capaz de atrocidades que eu, sinceramente, não consigo abarcar. Eu não consigo aceitar nem entender esse tipo de coisa.

Não é exclusividade do Brasil esse tipo de monstruosidade; só por isso menciono o caso Iraquiano. Mas claro que uma coisa que acontece na cidade da gente, no país da gente, é uma pancada surda no estômago.

6 anos. Esse menino nem começou a pensar em viver. E como os pais dessa criança vão acordar amanhã sem o filho? Eu ficaria louco. De desespero e de dor. Só de pensar que se eu ainda estivesse no Brasil isso poderia ter acontecido com a minha filha... Deus os ajude.

4Km e nem um policial? Estacionar um carro depois de assassinar brutalmente uma criança e sair caminhando tranquilamente?

Que mundo é esse?

A diferença maior entre as duas tragédias - a do Iraque e a do Rio - é que no caso da primeira o país está em guerra declarada.

No Rio vão chamar esse assassinato brutal de crime. E vão continuar tapando o sol com a peneira. Dizendo que tem jeito e que pode-se resolver o problema. Dizendo que o que aconteceu foi uma tragédia e que o combate ao crime vai ser aumentado, que forças policiais de outros estados se juntarão as do Rio, que a justiça será feita.

MENTIRA!

Tudo mentira!

Ninguém dá a mínima. As pessoas estão insensíveis para a realidade na qual estão imersas. Balançam a cabeça ou se indignam por 1 ou 2 dias, depois esquecem.

Mas os pais desse garoto não vão esquecer NUNCA.

A culpa é dos bandidos. Mas é também dos governantes. E da sociedade que insiste em colocar no poder os mesmos canalhas que não resolveram e não resolvem nada. Da sociedade que continua pagando os impostos pra sustentar essa corja que não cumpre o que promete ou sequer o seu dever.

Ódio! Desprezo! Só isso que eu consigo sentir!

Nunca senti tanta vergonha de ser carioca. Nunca senti tanta raiva de ser Brasileiro.

Mais uma criança morta! Mais um brasileiro virou estatística nessa guerra não declarada!

E nenhum governante tem o culhão de chamar a realidade brasileira pelo nome que ela merece.

GUERRA!

Estamos em guerra!

De um lado os bandidos que não respeitam nada, nem a vida de uma criança. Coadjuvados por policiais mal treinados, mal pagos, mal equipados e, em geral, desesperançados. Se garantindo na imobilidade do poder público graças a blindagem natural que o poder dá a governantes que estão acima do resto da população e não precisam se incomodar com o que sofremos. Misturados a uma classe pobre que não tem como reagir aos vizinhos, pois são mortos e nem menção num jornal recebem.

E, comprimidos entre os bandidos armados e os bandidos de terno, a classe média que restou vai sendo morta, esfolada, violentada; num ritmo frenético e com crescente virulência.

Porque não acontece uma revolta no Brasil, eu não sei. Porque nós não começamos a levar a classe política e aos extraordinariamente ricos um pouco do fel do dia a dia da classe média e da impotência da classe pobre; eu não sei.

O que falta acontecer? Um bandido desses detonar uma bomba nuclear num centro urbano?

6 de fevereiro de 2007

A astronouta de mármore...

A notícia da astronauta que - ainda que casada e com três filhos - tentou raptar com a intenção, ao que parece, de matar uma rival por um interesse amoroso extra-conjugal; tomou conta do noticiário internacional.

Pros americanos mesmo, a notícia é de interesse público mas ninguém está muito assustado...

Existe um nome pra uma camada da sociedade aqui que é bem aplicável a este caso. White trash.

Houve uma época que white trash tinha haver com o nível economico das pessoas. Mas num país onde a mobilidade financeira é muito mais fácil de alcançar do que nos países em desenvolvimento, acabou se tornando uma marca de um comportamento aberrante em termos de educação. Ou seja: brancos ignorantes, normalmente pobres, tem grandes chances de ser white trash.

O comportamento dessa senhora é totalmente esperado de uma pessoa do segmento white trash. Ninguém se espanta com o que aconteceu, porque esse tipo de coisa é quase comum nesta camada social. O que espanta o pessoal aqui é que, em teoria, astronautas passam por um ciclo de avaliações que deveria os ter em uma categoria à parte. Inclusive, psicológicamente, são pessoas que deveriam ser extremamente centradas.

O que a imprensa deveria estar perguntando é: será que em nome do politicamente correto as avaliações tem peso diferentes para diferentes segmentos da população? Será que baixaram o nível de requerimentos para astronautas pra poder dizer que existem mulheres astronautas?

Eu não sou contra a igualdade entre sexos. Ou igualdade de qualquer espécie.

Mas igualdade quer dizer igualdade de direitos e deveres.

Há pouco tempo, o corpo de bombeiros de um estado americano baixou as exigências físicas para entrada na corporação a fim de garantir a entrada de mulheres, em nome da igualdade entre sexos. Não me levem a mal, mas se eu estiver desmaiado dentro de um prédio em chamas, eu quero um bombeiro que consiga me carregar pra fora. Se homem ou mulher, não me importa. O importante é a capacidade de realizar o trabalho.

Talvez a NASA tenha sido mais uma vítima do politicamente correto vencendo o lógico...

19 de janeiro de 2007

Força Nacional e reações...

A Veja informa que a Força Nacional começa a atuar hoje nas fronteiras do Rio com outros estados...

Eu não sou estrategista, muito menos especialista em segurança, mas cabe a pergunta: se eles vão endurecer na fronteira e segurar drogas e armas, será que não haverá uma reação dos criminosos com as armas que eles já tem contra a população da cidade?

Ou seja: se vai se fechar a fronteira, não haveria que se proteger os cidadãos contra eventuais (eu diria certos) ataques terroristas dos criminosos???

O melhor é vocês abaixarem as cabeças e ficarem em casa, viu?

Medo... muito medo...

17 de janeiro de 2007

Lembram do antigo blog?

Eu costumava ter um outro blog, antes do Considerações Rasteiras, onde eu dava ar as minhas frustrações eternas com os absurdos do Brasil e principalmente da política brasileira.

O Vergonha! foi devidamente guardado num PDF gigante, que se impresso teria mais de 352 folhas de papel A4, e em breve o domínio terá outro dono. Não sei a linha editorial que ele vai dar ao novo blog, mas a julgar pelo endereço... ;-)

Quando houverem novidades eu as posto aqui.

16 de janeiro de 2007

Nova cara, novas funcionalidades...

O blogger deu um pequeno passo em direção ao século XXI. E com isso converti o Considerações Rasteiras ao seu novo formato.

A mudança de cara é fruto do interesse em utilizar as novas funções.

E, não, não doeu nada...