11 de março de 2005

Observações aéreas 2

No vôo de volta de Detroit, MI para casa, a fileira 16, do meu assento, é chamado com antecedência. Eu me apresento, com estranheza e pergunto:

- Você chamou as filas 14 a 16 não chamou?
- Sim. Mas foi engano meu, era para ser 14 a 15 - onde tem as saídas de emergência. Mas pode ir.

Acabo entrando antes de quase todo mundo e evitando o sufoco e a irritação de lutar por um espaço para a minha mochila. Desta vez estou bem no meio de dois assentos. Sento-me sozinho. Um pouco depois chega o dono do assento da janela, eu abro passagem e ele toma seu lugar.

Com o avião quase fechando as portas, chega o meu companheiro de assento de corredor. O sujeito deve pesar uns 200Kg e ter pelo menos 2m de altura. Tão gordo que, como eu imaginei ao vê-lo, achei que não caberia no assento e que parte daquela banha teria que forçosamente vir encostando em mim por 1h de vôo. Sensacional...

Durante o vôo o gordo faz um gracejo babaca com a aeromoça, que responde com firmeza educada, mas deixando claro nas entrelinhas: "deixa de ser babaca!"

O gordo começa a se desculpar e no processo conta que estava vindo do funeral da mãe em outro estado. A aeromoça, chocada, oferece uma bebida alcóolica de graça (aqui em vôos nacionais são cobradas a parte).

Ele agradece, mas recusa.

O gordo começa a chorar. E chora pelo restante do trajeto.

Quando o deixo no saguão do aeroporto ele tenta em vão controlar as lagrimas.

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