11 de setembro de 2008

A paranóia do Google omnisciente...

Com o lançamento do Chrome começou de novo a gritaria de que o Google está se tornando o grande big brother e que o lema "Don't be evil" (Não seja mau) é só fachada.

Eu não sou fã da Microsoft. Não porque eles sejam maus ou porque eles cobrem caro por seus produtos. Mas porque os produtos deles, na minha opinião, deixam muito a desejar. Não é uma questão de preço. É uma questão de valor.

Sou fã da Apple, mas tenho total e completa noção de que comprar Apple significa abrir mão de oportunidades de escolha. Eles só vendem o software (que é o que me interessa) casado com o hardware, são poucas as variações de hardware e as possibilidades de configuração pequenas, os preços são altos, e se eles puderem amarrar os seus usuários a produtos que só eles provêem - eles o fazem sem cerimônia. Só que a experiência conjunta que a Apple provê, ainda que cara, me atende melhor que outras opções. De novo: é uma questão de valor.

O modelo de negócios do Google é venda de propaganda. É assim que eles ganham (muito) dinheiro. É claro que todo e qualquer serviço gratuito que eles lançarem vai se remeter ao modelo de negócios.

Eu uso: Reader, Gmail, Docs, Calendar, Blogger, Orkut, Translate, além é claro do serviço de busca e com certeza outros serviços.

Não porque eu ache que o Google é lindo. Mas porque o valor desses serviços - sendo gratuitos e excelentes - é o suficiente para me convencer a conviver com o fato de que - SIM, o Google vai usar de toda a forma possível as informações que coletam sobre o meu uso para apresentar propaganda e ganhar anunciantes. Porque é assim que eles ganham dinheiro.

Enquanto eu suporto a iniciativa de determinadas entidades (como a União Européia) de buscar que o Google seja mais amigável a privacidade de seus usuários; eu não acho que o Google esteja planejando nada além de remunerar seus investidores e prover serviços de acordo com seu modelo de negócio.

Mas será que essa informação toda pode ser mal utilizada?

Claro. E digo mais - será mal utilizada. Basta o governo de um país pedir na justiça e os dados voam dos servidores do Google para as autoridades. E não vai importar muito se o pedido vem de um governo democrático ou não, baseado numa necessidade real ou não; basta o pedido ser baseado na justiça local.

Mas isso é verdade para qualquer serviço online - vide os casos recorrentes envolvendo o Yahoo, bloggers chineses e o Governo da China. O Google só tem o potencial de ter uma concentração maior de informação, nada mais.

Então, nos cabe ser inteligentes a respeito. Como tudo mais há que se avaliar o benefício e o risco de usar os serviços. E minimizar o risco usando os serviços de forma inteligente.

Claro, tão somente minha opinião.

Um comentário:

Indignado disse...

Eu não sei se pelo ponto de vista legal a coisa é assim não. Acho que o Google não está tão submetido assim às leis de qualquer país, mas somente daqueles que eles estão fisicamente instalados. Isso, diga-se de passagem, é um problema bem complexo que o mundo tem de resolver dentro de alguns anos. E não vale somente para o Google, mas para sites de jogos, pornografia, drogas, etc...

Ah, antes que eu me esqueça, eu me sinto muito mais seguro com todas as informações que eu forneço ao Google do que as que eu forneço a entidades do mundo 'real', como operadoras de telefonia, lojas ,etc