A coluna do Artur Xexéo de hoje no globo fala do Brasil de gabinete e do Brasil do 'Fantástico'.
Eu não sei se comentei aqui, mas eu parei de assistir ao noticiário do Brasil (via Globo Internacional) e tenho lido cada vez menos sobre o que acontece por aí.
Sinceramente? Me faz mal.
Então não ví a matéria do Fantástico falando do Bolsa Família, e nem pude assistir ao Ministro Ananias falando dos maravilhosos cartões de tarja magnética que vão passar a controlar a frequência nas nossas moderníssimas escolas públicas.
Mas não me espanta em nada o que o Xexéo reporta.
Porque não há novidade.
Sempre houveram dois "Brasis". O real, sofrido, desesperançado, e em pleno e completo declínio; e o que os políticos em geral (e boa parte da imprensa e da população de classe média) insistem em acreditar ou impingir como real.
Não é uma exclusividade do Governo Lula. Aconteceu no Governo FH, aconteceu no Governo Itamar, Collor, Sarney e assim vai. E, como o próprio Xexéo menciona, acontece a nível municipal também.
Mas acontece porque ninguém se rebela.
O governo federal vai usar cartões de tarja magnética em escolas que mal tem quadro negro e em que os professores são mal treinados e mal pagos.
E nós? Falamos o quê?
Porra nenhuma.
O governo municipal insiste em bater cabeça com a história do museu Guggenheim, ao invés de buscar outra âncora para a revitalização do porto do Rio? E nós? Porra nenhuma.
Os governadores prometem mundos e fundos e nada, NUNCA, se concretiza. E nós? Tudo azul.
Porque pra classe média, enquanto pudermos tomar nosso chopp e comprar nossos badulaques, tá tudo certo. Danem-se os mais pobres. E os mais pobres já foram devidamente adestrados a não se manifestarem: porque o pau come se o fizerem e, depois, todos que morrerem num eventual confronto eram traficantes...
Viva-se numa nação assim...
E ainda querem que eu acredite que tem conserto.
20 de outubro de 2004
Um velho problema...
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