22 de agosto de 2005

Videogames...

Aqui nos EUA existe um intenso debate sobre o dano que videogames podem trazer aos jovens. Apesar da falta de evidências concretas, muita gente diz que não deixa o filho jogar este ou aquele jogo porque pode induzir a este ou aquele comportamento.

Eu sou de uma geração intermediária, que cresceu jogando video-games e que quase não joga os jogos ultra-realistas de hoje (mas jogo de vez em quando).

Minha opinião é a seguinte: gente idiota vai ser influenciada por qualquer meio.

Videogame, filme, livro, um amigo... Não importa. Se o cara é idiota e não tem ninguém para lhe orientar, ele vai fazer besteira inspirado por um video-game. Mas também faria inspirado por um livro. Ou por um filme. Ou por uma história em quadrinhos. Ou, simplesmente, porque está andando com as companhias erradas.

A diferença entre o video-game e um filme como motivador para um comportamento beligerante, por exemplo, é nenhuma.

Me mata de rir quando eu leio casos como a da avó que comprou o Grand Theft Auto San Andreas pro neto pré-adolescente, e processou a empresa quando se descobriu que haviam cenas de sexo acessíveis no jogo.

Porque a mensagem que fica é: roubar, matar policiais, espancar e atropelar inocentes - tudo fazendo parte da interface básica do jogo - pode. Mas sexo, de jeito nenhum!!!

Minha filha, que tem 7 anos, de vez em quando joga ou me vê jogar, Grand Theft Auto Vice City. Ela sempre me vê jogar o Splinter Cell. Em ambos os jogos se matam pessoas.

Só que quando ela joga o GTA VC, ela se recusa a, por exemplo, roubar carros "porque é errado!". Ela joga como se estivesse num grande jogo de Sims. Andando pela cidade e pegando carros estacionados.

Claro, eu converso com ela e explico que tudo aquilo é faz-de-conta. Que na vida real ninguém sai por ai atirando em ninguém, porque isso é uma coisa muito séria e que ninguém deve, intencionalmente, querer machucar ninguém.

Será que os pais desses garotos de 15 que saem por aqui matando e dizendo que "se inspiraram" no videogame X fazem o mesmo? Dúvido. É mais fácil entregar a educação dos filhos ao sistema educacional (que é feito pra TREINAR e não EDUCAR, aliás como prefiro!) e a TV do que se envolver e participar da vida dos filhos...

Sem contar que, aqui, um processinho contra uma empresa de videogames pode gerar uma boa grana...

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