Hoje, depois de uma série de duras considerações da minha parte, minha gerente teve uma crise de choro...
Eu fui gerente uma vez. Um grupo pequeno de 4 ou 5 pessoas, e me dei bem com 4 dos 5. Este um, que pessoalmente era ótimo, profissionalmente era difícil e criava mais problemas do que resolvia. Fui obrigado, num determinado momento, a encerrar a relação.
Fiquei péssimo por dias... Me sentia culpado, porque pensava que minha inexperiência é que levou a demissão do cara. Que se eu tivesse sido um pouco mais criativo, ou um pouco mais diplomático, ou um pouco mais compreensivo; ou que se o mercado fosse um pouco diferente; ou, ou, ou...
Além disso, trabalhava o tempo inteiro. 7 dias por semana, até tarde, e sem descanso. Vivia preocupado. Vivia a disposição dos outros na empresa.
O nível de estresse, o nível de preocupação - especialmente se você tem de lidar com vendas - é desproporcional a remuneração adicional e ao potencial prazer do desafio.
O choro da gerente hoje me lembrou aquela época.
Ela chorava porque os profissionais técnicos da empresa estão insatisfeitos, mas não há muito que ela possa fazer. Eu ainda argumentei: "pelo menos a mim você ajudou" - mas o drama dela é que ela não pode resolver o problema de todos. E a insatisfação é geral...
Engana-se quem pensa que gerência é sinal de poder. Na maioria do caso gerência é equivalente a responsabilidade, mas o poder é mínimo. No meu caso, eu respondia apenas a um nível de gerência acima de mim. No dela são pelo menos três. Quanto mais distante do topo, menos poder. Quanto menos poder, mais frustração.
A conclusão é que para ser gerente e sobreviver, há que se garantir que não se possui certos requisitos:
a) Coração;
b) Compromisso com qualidade na sua profissão;
Tendo qualquer um dos dois e uma saúde meramente mediana, corre-se risco de vida.
Frustração mata...
13 de dezembro de 2004
Ser gerente...
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