13 de dezembro de 2004

Ser gerente...

Hoje, depois de uma série de duras considerações da minha parte, minha gerente teve uma crise de choro...

Eu fui gerente uma vez. Um grupo pequeno de 4 ou 5 pessoas, e me dei bem com 4 dos 5. Este um, que pessoalmente era ótimo, profissionalmente era difícil e criava mais problemas do que resolvia. Fui obrigado, num determinado momento, a encerrar a relação.

Fiquei péssimo por dias... Me sentia culpado, porque pensava que minha inexperiência é que levou a demissão do cara. Que se eu tivesse sido um pouco mais criativo, ou um pouco mais diplomático, ou um pouco mais compreensivo; ou que se o mercado fosse um pouco diferente; ou, ou, ou...

Além disso, trabalhava o tempo inteiro. 7 dias por semana, até tarde, e sem descanso. Vivia preocupado. Vivia a disposição dos outros na empresa.

O nível de estresse, o nível de preocupação - especialmente se você tem de lidar com vendas - é desproporcional a remuneração adicional e ao potencial prazer do desafio.

O choro da gerente hoje me lembrou aquela época.

Ela chorava porque os profissionais técnicos da empresa estão insatisfeitos, mas não há muito que ela possa fazer. Eu ainda argumentei: "pelo menos a mim você ajudou" - mas o drama dela é que ela não pode resolver o problema de todos. E a insatisfação é geral...

Engana-se quem pensa que gerência é sinal de poder. Na maioria do caso gerência é equivalente a responsabilidade, mas o poder é mínimo. No meu caso, eu respondia apenas a um nível de gerência acima de mim. No dela são pelo menos três. Quanto mais distante do topo, menos poder. Quanto menos poder, mais frustração.

A conclusão é que para ser gerente e sobreviver, há que se garantir que não se possui certos requisitos:

a) Coração;

b) Compromisso com qualidade na sua profissão;

Tendo qualquer um dos dois e uma saúde meramente mediana, corre-se risco de vida.

Frustração mata...

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