Aqui nos EUA o debate sobre a ordem presidencial, seguida por ordens de Governadores de vários estados (senão todos), de manter as bandeiras a meio-mastro em sinal de respeito e luto pela morte do Papa tem tido pouca repercussão nos jornais mas grande repercussão com o público.
A crítica generalizada é que a separação entre Estado e Igreja proibe este tipo de deferência.
Eu vejo a coisa por outro ângulo, e isso pode chocar quem me lê com frequência...
João Paulo II, ou Karol Wojtyla, foi um grande homem. E uma das figuras mais influentes do século 20.
Um homem que se tornou padre sob o jugo nos nazistas, que - ao contrário dos que pensam que ele era apenas mais um conservador da Igreja Católica - auxiliou a modernizar a Igreja e garantiu maior autonomia as paróquias (Concílio II) e foi o eterno conselheiro de líderes mundiais numa defesa pública e persistente da paz e da tolerância.
Claro, ele foi o Papa da Igreja Católica, escolhido por seus pares para liderá-los e não para modificar a entidade. Esperar isso de qualquer Papa é, de certa forma, injusto. Dogmas não se modificam por decisão de um homem. Séculos de história os definiram, uma vida apenas não vai modificá-los.
Mas acima de tudo, foi um líder para o povo. Noventa e seis viagens ao exterior. Sempre a serviço de sua fé e de ideais que deveriam ser supra-cristãos.
Um homem de tamanha importância e tamanha exposição excede os limites claustrofóbicos de uma fé.
E se um ser humano dessa estatura não pode ser honrado com um gesto tão simples, a quem caberia essa deferência?
Honra-se o homem, não a Igreja.
Justo e devido no meu entendimento...
6 de abril de 2005
A morte de João Paulo e as bandeiras a meio mastro...
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