29 de setembro de 2006

De especialistas e generalistas...

Hoje eu fiz a prova de certificação da Sun para Java 5.0. Eu já tinha a certificação da versão 1.4 e a empresa me pediu (eu, sinceramente, não dou bola pra essas certificações) que fizesse o upgrade. Passei com 80% de acertos. Tem muito de memória nestes testes, e minha memória e melhor utilizada pra coisas que não a sintaxe das API de localização do Java...

Voltando do teste eu informei meu chefe que iria começar a estudar Ruby on Rails.

Este chefe atual é mais técnico que a maioria dos outros que tive no passado. A reação dele foi um levantar de sombrancelhas e um comentário de que "pode ser útil..."

A maioria das pessoas diria: mas você não é um especialista em Java?

Não.

Não quero ser. Como não quis ser um especialista em PowerBuilder, Visual Basic, C, TCL, Vignette, Oracle PL/SQL, e tantas outras tecnologias que eu nem me lembro mais.

Quando você se especializa você diminui seu alcance de mercado. Pior, você se limita como profissional e como pessoa. Claro, isso é só minha opinião...

Mas se eu fosse um especialista em PowerBuilder quando fiz minhas entrevistas pra vir pros EUA, não teria vindo. E se fosse um especialista em Java não teria ido parar na Lands' End. E se fosse um especialista em C, não teria vindo parar na NDR.

Se eu fosse só um programador, se não tivesse anos de estudo e treino em análise de negócios, não teria tido a influência que tive em todos os projetos por onde passei. E talvez não tivesse aberto as portas que abri para participar de projetos mais interessantes.

Seu eu fosse só um analista de negócios, não teria sido mentor de equipes de desenvolvimento e trabalhado lado a lado com gerentes de projeto de verdade (não aqueles que ficam como papagaio de pirata perguntando se você terminou; mas caras que participam ativamente e removem barreiras pra que os desenvolvedores façam o que fazem melhor), as vezes sem tocar numa linha de código.

O objetivo aqui não é posar de bom. Tem milhares de profissionais que são melhores programadores do que eu, melhores analistas de negócios do que eu, ou melhores mentores/gerentes de projeto do que eu.

Mas muitos desses só fazem uma coisa.

Eu prefiro, e sempre preferi, ser um generalista.

Espanta o tédio. Abre portas.

Une o útil ao agradável.

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