“O país perdeu a inteligência e a consciência moral. Não há princípio que não seja desmentido nem instituição que não seja escarnecida. Já não se crê na honestidade dos homens públicos. A classe média abate-se progressivamente na imbecilidade e na inércia. O povo está na miséria. Os serviços públicos abandonados a uma rotina dormente. O desprezo pelas idéias aumenta a cada dia. A ruína econômica cresce, cresce, cresce... A agiotagem explora o juro. A ignorância pesa sobre o povo como um nevoeiro. O número das escolas é dramático. A intriga política alastra-se por sobre a sonolência enfastiada do país. Não é uma existência; é uma expiação. Diz-se por toda a parte: ‘O pais está perdido!’.”
Eça escreveu isso, em 1871.
Da coluna do Jabor de hoje em O GLOBO.
Eça de Queiróz já criticava assim a sociedade portuguesa (de que nós somos a extensão natural) há mais de 130 anos.
Que chance temos nós?
15 de novembro de 2005
Passado, presente e futuro...
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