24 de janeiro de 2008

A diferença...

http://www.wired.com/cars/energy/news/2008/01/ethanol23

O artigo está em inglês, então vou resumir: uma empresa lá de Illinois - uma empresa récem criada, uma startup - com financiamento de grandes empresas interessadas em produzir álcool combustível de forma barata e sem afetar o mercado de alimentação (porque eles pretendiam usar o milho e isso aumentaria o custo da comida no país inteiro, num efeito cascata terrível). Eles usam quase que qualquer material orgânico pra produzir o álcool. Por US$ 1 o galão (3.3 litros).

Veja, o interesse por álcool combustível aqui começou há uns dois anos quando ficou claro que o preço da gasolina iria continuar alto e que comprar gasolina do oriente médio era financiar quem odeia os EUA.

Nesse espaço de tempo começaram a produzir álcool de milho (má idéia), pensaram em importar álcool de cana do Brasil (bom pra nós, mas só mudava a dependência de lugar), começaram a falar de álcool feito de switchgrass e agora chegamos a esta empresa - enquanto várias outras trabalham com objetivos similares.

Essa é a grande diferença. Produz-se álcool no Brasil há o quê? 30 anos ou mais? Qual a inovação depois de começar a se produzir o álcool? Buscamos formas mais eficientes de produzí-lo? Até acredito que sim... Com que eficiência? E com financiamento de quem?

Aqui, as empresas privadas de grande porte interessadas num desfecho positivo porque suas indústrias estão sendo afetadas pelo problema da gasolina tão cara, investem pesado em empresas menores que podem trazer uma solução. Vão se beneficiar duas vezes: uma quando seus mercados retomarem rumos de crescimento porque a nova energia as torna viáveis novamente. E duas com os lucros do seu investimento numa empresa que criou tecnologia de ponta.

No Brasil, com toda a certeza, a gritaria seria para o Governo fazer algo. Para o Estado tomar conta e empurrar as mudanças goela abaixo do setor privado. Pesquisa é coisa de universidade - na verdade, produção de "paper" é coisa de universidade... Pesquisa mesmo, de verdade, a sério e fundamentada no investimento de quem tem interesse ao invés de mal financiada com o dinheiro de todos nós; mal existe.

Em alguns anos essa tecnologia americana vai estar no mercado. Viável e gerando dinheiro. Quantas das pesquisas brasileiras podem dizer o mesmo?